Mesa reúne reitores para discutir a universidade na conjuntura atual

Autonomia, pensamento crítico, e questões vividas pelas universidades foram temas abordados

Por João Paulo Rocha - estagiário de Relações Públicas
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Reitora Valéria Correia coordenou a mesa sobre autonomia da universidade pública. Foto: Manuel Henrique
Reitora Valéria Correia coordenou a mesa sobre autonomia da universidade pública. Foto: Manuel Henrique

A 70ª Reunião da Sociedade Brasileira pelo Progresso da Ciência (SPBC) sediou a mesa Universidade pública: autonomia, financiamento e pensamento crítico. A ação foi destaquepela relevante temática, e por sua composição, onde, reitores de algumas universidades do país puderam se reunir para o debate.

Coordenados por Valéria Correia, reitora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), estavam Soraya Soubhy, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp); Ruy Marques, reitor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj); Klaus Werner, que recentemente encerrou suas atividades na posição de reitor da Universidade Federal do ABC (UFABC); e Marcos David, reitor da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF).

Segundo Valéria Correia, a mesa funcionou como uma espécie de convite para debater a situação das universidades públicas na conjuntura atual. “A temática da mesa é muito importante para o cenário atual do país, pois discutiremos sobre a universidade pública, seu financiamento, autonomia, pensamento crítico, dentre outras ameaças vividas”, explicou a reitora.

Os reitores contextualizaram a situação das instituições públicas nos dias de hoje, fazendo um comparativo com dados históricos. Klaus Wernder iniciou a discussão apresentando suas teses que conceituavam a universidade, suas linhas e desafios, apresentando a questão da ampliação do ensino superior, de sua qualidade e financiamento. Em seguida, Ruy Marques aplicou o tema exemplificando o caso da Uerj, que passou por uma crise recente, com ameaça de fechar as portas.

Já Marcus David apresentou as medidas econômicas sofridas pelas universidades. “Em minha tese, quando o Governo defende a ideia que o sistema universitário é ineficiente e precisa ser aniquilado, isso leva à concepção em que o país precisa ser subalterno às relações internacionais. Por eles, nós não podemos ter nossas universidades pensantes, não podemos ter nossas universidades produzindo e gerando ciência e tecnologia, isso vai nos dar um nível de independência que não é compatível com a concepção política econômica imposta pelo governo nos últimos anos”, defende o reitor.

Finalizando, Soraya Soubhy, apresentou dados sobre as universidades e expôs uma pesquisa que mostra números positivos da sociedade em relação às instituições. Outro ponto abordado foi a questão da lei orçamentária anual, que garante a autonomia prevista no artigo 207 da Constituição Federal.