Minicurso aborda importância da astrofísica na educação básica

O tema foi abordado no minicurso ministrado pelo pesquisador Alan Alves teve com objetivo contar para o público como elementos químicos da tabela periódica foram formados no universo. A atividade despertou o interesse de estudantes do ensino médio, universitários e professores de outras instituições. 

Alves falou sobre como as estrelas nascem, vivem e morrem, a diferença entre estrela e planeta, questões de massa e luminosidade, tendo por base o sol. Ao explicar como elementos da tabela periódica se relacionam com esses acontecimentos, desmistificou a ideia de que o sol possa vir a explodir um dia. Segundo ele, o sol é uma estrela isolada que tende a se transformar em uma 'gigante vermelha', tipo de estrela maior e de baixa temperatura, se convertendo em uma ‘anã branca’, considerada cadáver estelar por continuar brilhando enquanto esgota temperatura e se apaga, passando a ser matéria escura. 

Professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), ele pesquisa a evolução química do universo e de galáxias, uma das áreas da astrofísica que utiliza a metodologia da espectroscopia. "A formação do arco-íris depois de um dia de chuva é muito parecido com essa metodologia: A gente dispersa a luz em diferentes cores, cada cor está associada com um cumprimento de onda ou com uma frequência da onda eletromagnética. A luz é uma onda eletromagnética, essa é a ideia da espectroscopia. E a astrofísica, é o estudo, sobretudo, da interação da luz com a matéria, então a parte de evolução química busca entender qual é quantidade desses diferentes elementos químicos no universo e utilizar essa informação junto com outras, como a idade, a cinemática, a dinâmica de populações estelares, pra tentar dizer como foi que o universo se formou e como as galáxias se formaram utilizando a informação dos elementos químicos", explica. 

Os participantes driblaram a complexidade no campo da astrofísica. Maria Helena, que cursa o 3º ano do ensino médio, veio da Paraíba com toda a família participar do maior evento científico da América Latina, organizado pela Sociedade Brasileira Para o progresso da Ciência (SBPC). Ela disse ter compreendido todo o assunto. "O minicurso do professor Alan foi muito interessante. Eu pretendo cursar Economia na faculdade e área de física é totalmente distante desse universo, mas o conteúdo foi compreensível, deu pra pegar várias coisas para o meu conhecimento próprio", relatou. 

Dois professores de física do ensino médio e da licenciatura do Instituto Federal de Alagoas (Ifal) marcaram presença na atividade. Ambos relataram que o minicurso foi enriquecedor devido à astrofísica ser uma forma de aproximar estudantes da ciência básica e fundamental. Segundo eles, foi importante tentar aprender como sanar dúvidas e lidar com os anseios dos alunos em entender como funcionam os sistemas planetário e solar, além de se capacitar para contribuir com a qualificação dos docentes do curso de licenciatura em Física, que começou a ser ofertado pelo Instituto. 

"Será importante para os licenciados em Física e também em Química, porque dentro dos fundamentos de física é importante que o aluno de Química entenda qual é a física por trás dos elementos, e a astrofísica mostra de onde é que vem e quais são as suas bases fundamentais", comentou Frederico Passos. Completando o colega de profissão, Alex Emanuel, informou que o curso para o qual foram buscar capacitação possui em sua própria grade a astrofísica como disciplina obrigatória. 

E para  colaborar ainda mais com a educação de estudantes e professores em todo o Brasil, Alves revelou ter acabado de escrever um livro intitulado A astrofísica para a educação básica: A origem dos elementos químicos no universo, que será lançado em 2019, comemorando o ano internacional da tabela periódica e dos elementos químicos.