Monitoramento do semiárido é tema de palestra no espaço do MCTIC
Aplicativo para monitoramento de culturas foi apresentado pelo Cemaden
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O Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (Cemaden) compartilhou com o público os resultados e métodos de monitoramento do semiárido brasileiro no espaço do Ministério da Ciência Tecnologia, Inovação e Comunicação (MCTIC), na programação da ExpoT&C , durante a SBPC Alagoas.
Regina C. S. Alvalá, diretora substituta do Cemaden, exemplificou com mapas de monitoramento climático o trabalho desenvolvido no instituto, explicando para os presentes como aqueles dados eram obtidos. “Nós nos munimos de informações que são produzidas por todas as redes de pluviometria e dados na região, incluindo o estado de Alagoas. Além desses equipamentos de redes, o Cemaden tem sua própria rede de monitoramento. Então, nós temos pluviômetros automáticos estratégicos instalados, sensores para monitorar chuvas e umidade no solo. A gente trabalha com toda essa rede integrada e metodologias porque o dado por si só não nos permite saber se está chovendo acima ou abaixo da média, não dá para inferir qual é a intensidade, duração, qual o impacto da seca”, esclareceu.
O centro é responsável pelo monitoramento de eventos naturais e emissão de alertas antecipados de probabilidade de ocorrência de desastres naturais, assim como incentivar o desenvolvimento de tecnologias que tornem esse monitoramento mais eficaz e preciso. Além de contar com tecnologia de monitoramento próprias, o centro promove parceria com diversos órgão que ajudam no acompanhamento e processamento de dados. A Ufal é uma das parceiras por meio do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis).
No monitoramento das secas, um dos principais benefícios disponibilizados pelo centro é o subsídio de informação para que o Ministério da Agricultura possa disponibilizar o Seguro Garantia Safra, que cobre os agricultores em caso de perda da produção. Para auxiliar ainda mais a coleta de dados feita pelo Cemaden, foi lançou no ano passado o aplicativo Seca Wiki.
O app busca criar uma rede de dados mais precisa, fornecida pelos próprios agricultores por meio de crowdsourcing. O agricultor insere no aplicativo os dados simples sobre sua plantação, como data de plantio e colheita e pode relatar qualquer tipo de problema existente em sua cultura, como a incidência de pragas, por exemplo.
Germano Ribeiro, bolsista do Programa de Capacitação Institucional (PCI) no centro, apresentou o aplicativo e ressaltou a importância da participação dos agricultores no desenvolvimento da pesquisa. “É um paradigma que a gente tem tentado quebrar que é manter essa relação com o agricultor. Porque, como essa contribuição é a longo prazo, às vezes a pessoa se sente desestimulada a manter informações. Mas a gente está tentando trabalhar uma rede de contatos. Estamos pensando na viabilidade de mandar exemplares do nosso boletim diretamente para a pessoa, para ela se sentir parte daquilo. Os benefícios são um pouco a longo prazo, mas uma vez que eles estiverem estabelecidos, vai ser tremendo”, relatou.
O aplicativo ainda traz uma área de informações de práticas de convivência com o semiárido, onde, por meio de instruções, pode auxiliar a população do local a melhorar sua qualidade de vida. O Seca Wiki pode ser encontrado na Play Store em dispositivos que utilizam sistema Android. A produção de conteúdo desenvolvida pelo Cemaden pode ser acompanhada aqui.