O desafio da defesa do pré-sal levantou debates na SBPC Alagoas
Mesa da SBPC Inovação destaca a importância de defender a reversa de petróleo
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Para destacar a necessidade da sociedade em geral tomar conhecimento da situação da Petrobras referente a exploração do pré-sal ocorreu na tarde desta terça-feira (24) uma mesa- redonda sobre este desafio.A mesa contou com a participação do contra-almirante Sérgio Gago Guida, secretário da Comissão Interministerial para os Recursos do Mar (CIRM) da Marinha Brasileira, do professor da UFRJ Luiz Pinguelli Rosa, e do presidente do Clube de Engenharia, Pedro Celestino. A mesa foi mediada pelo professor da Universidade Federal de Pernambuco José Antonio Aleixo.
Celestino ressaltou que o pré-sal foi a maior descoberta de reserva petróleo no mundo nos últimos 30 anos. Ele falou sobre a necessidade das pessoas defenderem a Petrobras como âncora do desenvolvimento industrial brasileiro. “A Petrobras é responsável por uma cadeia de mais de cinco mil empresas nacionais e estrangeiras que geram 800 mil empregos de profissionais de nível universitário e técnico. Ela sendo defendida e sendo responsável pela exploração e produção na área do pré-sal assegura a nossa soberania, a nossa independência em termos de energia e gera e os empregos necessários à sustentação do desenvolvimento”, explicou Celestino.
Em seguida o contra-almirante Guida destacou as ações de pesquisa e desenvolvimento tecnológico do Proarquipélago, programa de pesquisa desenvolvido no arquipélago de São Pedro e São Paulo, conjunto de ilhas rochosas de 17 mil m², que fica a aproximadamente mil quilômetros no litoral do Rio Grande do Norte, operação que já esteve sob seu comando, e explicou a atuação da Marinha na defesa do pré-sal.
A regulamentação internacional sobre a exploração de recursos naturais no mar é legislada pelo tratado da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do Mar de Montego Bay, que entrou em vigor no Brasil através do decreto nº 1.530, de 22 de junho de 1995, e estipula um limite de 200 milhas náuticas para o beneficiamento desses recursos. A Marinha conseguiu garantir a extensão desse limite.
Segundo o contra-almirante o papel da Marinha foi importante em dois aspectos: primeiro para garantir o uso do pré-sal e segundo na extensão dos limites além das 200 milhas permitidas. Já o professor Luiz Pinguelli Rosa situou os presentes na questão de insumos e elementos energéticos expondo seu trabalho sobre o problema da produção e consumo de energia no mundo. Pinguelli falou a respeito da influência americana na política brasileira e do fato da Petrobras estar se desligando dos projetos de desenvolvimento de biocombustíveis.
O professor ainda comentou sobre o impacto que a operação Lava-jato da Polícia Federal, que apurou a corrupção e o desvio de dinheiro envolvendo políticos do alto escalão do cenário partidário e grandes empresas brasileiras, teve na Petrobras. Ele conclui fazendo um apanhado geral dos combustíveis mais utilizados no mundo, provenientes ou não do refinamento do petróleo.
O valor do pré-sal
Os campos petrolíferos do pré-sal foram descobertos em 2006. Sua exploração depende de tecnologias avançadas por estarem situados em águas profundas, e está soterrada por uma camada de 2 km de sal.
A reserva do pré-sal tem 800 km de comprimento, situada entre os estados de Santa Catarina e o Espírito Santo, e cerca de 200 km de largura. O petróleo lá depositado tem densidade menor do que o do pós-sal, denominação dada ao petróleo encontrado na camada anterior a camada de sal, o que facilita o seu refinamento, e também numa quantidade bem maior, são estimados até oito bilhões de barris apenas no poço de Tupi.
No mês de junho foi promovida a 4ª rodada do leilão de quatro poços do pré-sal: Uirapuru, Três Marias, Dois Irmãos e Itaimbezinho, este último não obteve ofertas. Outro leilão está previsto para o mês de setembro.