Pesquisa mostra hábitos no RU: 91,6% não lavam as mãos

Resultados apontam que a higiene do local não depende apenas dos funcionários; Atitudes têm riscos de contaminação

Por Thamires Ribeiro – estagiária de Jornalismo
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Hábitos dos usuários do Restaurante Universitário podem interferir na contaminação das refeições. Foto- Renner Boldrino
Hábitos dos usuários do Restaurante Universitário podem interferir na contaminação das refeições. Foto- Renner Boldrino

Uma pesquisa sobre o Restaurante Universitário (RU) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), realizada por estudantes do curso de Nutrição, apontou que algumas atitudes cometidas pelos usuários do local podem trazer riscos de contaminação das refeições expostas e servidas no balcão de distribuição.

De acordo com o resultado da pesquisa, 91,6% dos usuários do restaurante não higienizam as mãos antes das refeições. Além disso, 24,6% deles têm o hábito de falar em cima dos alimentos que ficam expostos no balcão de distribuição.

A pesquisa apontou, ainda que 10,7% arrumam os alimentos no prato com os mesmos utensílios da preparação; 8,2% mexem nos cabelos perto das refeições; e 5,7% tocam em alguma parte do corpo e se servem sem lavar as mãos.

“Esses hábitos podem contaminar os alimentos com microrganismos associados a infecções intestinais. É importante ressaltar que a segurança das refeições produzidas não depende apenas dos procedimentos adotados na cozinha. Os comensais também têm um importante papel na manutenção da qualidade higiênico-sanitária dos alimentos expostos em balcão de distribuição”, explicou a estudante de Nutrição, Joélicia Lima.

Para Julio Gladston, estudante de Geografia e usuário do RU, pesquisas como essa deveriam ser feitas com a participação de todas as pessoas que frequentam o local, e os resultados serveriam como um alerta sobre os riscos.

“Em um local público, todo cuidado é pouco, são milhares de pessoas que você não conhece, não sabe de onde veio, e nem sabe onde colocaram as mãos, fazendo com que você fique exposto a vírus e bactérias que podem chegar aos alimentos por várias formas de contaminação citadas na pesquisa”, disse Gladston. E completou: “Com a correria do dia-a-dia, a gente faz certas coisas e só se dá conta do erro quando é alertado, durante esses próximos dias vou fazer o possível para mudar, porque sei o quanto é importante não só para mim, mas para todos da comunidade acadêmica”.

Atitudes como tossir ou espirrar sobre as refeições, utilizar o utensílio de um alimento em outro já servido no prato, trocar os utensílios de servir as refeições, deixá-lo cair dentro da refeição, retirar os alimentos do prato e devolvê-los às cubas com as mãos e consumir alimentos durante o autosserviço também foram observadas pelos alunos, que consideram ações de risco, no que diz respeito à contaminação dos alimentos.

O estudante de Jornalismo Paulo Canuto reconheceu que pratica algumas destas analisadas na pesquisa enquanto está no refeitório, e que irá se “policiar” mais a partir de agora, ao saber dos riscos. “A gente vive em um mundo cheio de bactérias e depois, quando elas passam para o nosso corpo, a gente não sabe porquê adoece. Pesquisas que revelam os maus hábitos e venham trazer benefícios à saúde e para o bem comum são extremamente importantes”, destacou.