Promoção e diversidade: a preservação de equipamentos culturais para inclusão social
Mesa-redonda discutiu a musealização dos jardins botânicos e processos civilizatórios dos museus
- Atualizado em
A implantação de centros e museus de ciências foi um dos temas que nortearam o debate na mesa-redonda Museu, jardins botânicos, centros de artes e de ciências, realizada na tarde desta terça-feira (24), na 70ª Reunião Anual da SBPC. O diretor do Museu da Amazônia (Musa), Ennio Candotti, presidente de honra da SBPC, falou sobre o importante papel dos equipamentos culturais nos processos de empoderamento e inclusão social. “A ciência e a cultura precisam ser incorporadas no processo civilizatório dos museus”, afirmou.
Segundo ele, a promoção, a diversidade e o diálogo em tempos de intolerância e ataques à ciência são temas que precisam ser abordados. “O desafio é democratizar o acesso do público aos centros e museus, e os meios de comunicação e as novas tecnologias podem ajudar nisso. Há um mundo desconhecido, especialmente nos objetos vivos expostos em jardins botânicos, que fascina a todos”, destacou o pesquisador, Ennio.
O presidente da Rede Brasileira de Jardins Botânicos (RBJB), João Neves, reforçou a importância das alternativas de conservação das coleções dos jardins no Brasil, além do papel dos jardins botânicos na promoção da educação e da pesquisa. “É preciso ampliar o conceito de jardim botânico, de modo que ele possa envolver a comunidade em geral, não somente a comunidade científica no processo de musealização dos jardins botânicos. Eles precisam ser encarados como espaços não formais de educação ambiental”, argumentou Neves.
Coordenador do sistema de informação do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), Alfredo Feitosa, iniciou a fala apresentando o histórico do registro de museus no Brasil, além de sugerir a necessidade de rever o conceito do que é museu. “O Brasil é o país com o maior número de museus da América Latina, a maioria instituições públicas”, revelou. Segundo Feitosa, só em 2017, 32 milhões de pessoas visitaram museus brasileiros registrados pelo Ibram e destacou que cinco deles estão localizados em Alagoas.
A mesa contou com a participação do professor e representante da Associação Brasileira de Centros e Museus da Ciência (ABCMC), José Ribamar Ferreira, que coordenou a discussão. “Estamos em fase de produção de um site que terá como objetivo mapear os museus, para facilitar o acesso do público. Cabem aos centros e museus de ciência realizar pesquisas e promover a diversidade”, finalizou.