Releitura do Cangaço é tema de uma das mesas no Campus do Sertão
Base Comum Curricular e educação no campo também foram debatidos no segundo dia da SBPC Educação
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A história do cangaceiro Lampião, que permeia o imaginário popular, teve uma releitura em uma das mesas-redondas do segundo dia da SBPC Educação no Campus do Sertão, nesta sexta-feira (20). A abordagem foi realizada pelo professor Fernando Sá, da Universidade Federal de Sergipe (UFS), a antropóloga Luitgarde Oliveira Cavalcante Barros e a mestra Aldair Smith Menezes.
Fernando Sá, coordenador, explicou que a mesa foi pensada no sentido de fazer um confronto entre memórias sobre o cangaço. “Temos a professora Luitgarde, uma memória muito próxima das volantes anti-cangaceiras, a professora Aldair, com as representações do cangaço na literatura e eu trabalho a memória do ex-cangaceiro José Julião, que fez parte dessa região”, frisou o professor.
Ele explica que os 80 anos de morte do cangaceiro serve para discutir outras questões que ainda não foram abordadas. “A proposta é uma releitura, e não se fixar apenas na morte de lampião. Que as comemorações dos 80 anos sirvam exatamente para discutir outras questões, porque há no senso comum uma ideia de que tudo já foi falado sobre o cangaço e isso não é verdadeiro”, enfatizou.
Durante toda a manhã, mais três mesas foram realizadas: Base Curricular: avanço ou retrocesso; Educação do campo e sementes crioulas e Educação em linguagem em tempo de crise, esta última com a participação da professora Lívia Suassuna, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Lívia apresentou a linguagem para o campo da educação, com conceitos teóricos sobre a linguagem enquanto prática social e as implicações dessa visão para o interior da sala de aula, tratando especificamente do ensino de língua portuguesa. “Nosso objetivo é demonstrar os desafios que se colocam para a formação do professor de língua portuguesa no mundo contemporâneo, que não é mais o professor que vai olhar apenas para a estrutura da língua, mas vai tentar trazer no cotidiano da sala de aula, os usos da linguagem, a língua numa dimensão mais ampla”, explicou.