Riscos do avanço do agronegócio e da mineração são tema de debate
Debate relacionou demarcação de terras indígenas com os processos industriais na atualidade
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A SBPC Afro e Indígena recebeu na última sexta-feira (27) exposição sobre a demarcação de terras indígenas e o avanço do agronegócio e da mineração no Brasil. A mesa redonda confrontou o número de terras indígenas demarcadas no Brasil e com as explorações de indústrias em áreas indígenas.
Maria Rosário Gonçalves de Carvalho, da Universidade Federal da Bahia (UFBA) debateu o modelo agrário voltado à exportação e a sua relação com a demarcação de terras no país. “A concentração de terras tem uma série de implicações para o aumento da produção agrícola e o consumo de agrotóxicos”, avaliou.
Citando dados do Programa de Monitoramento de Áreas Protegidas, do Instituto Socioambiental (ISA), a pesquisadora apontou 233 terras indígenas com processos de demarcação de terra sem conclusão e ameaçados pela expansão do agronegócio. “Ainda falta um levantamento mais preciso sobre as consequências enfrentadas pelos povos indígenas, causadas pela mineração”, ponderou Maria Rosário.
Para Otávio Guilherme Cardoso Alves Velho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), os avanços tecnológicos utilizados pela agropecuária, madeireiras, indústrias farmacêuticas e de cosméticos e siderúrgicas representam os modelos do agronegócio e da mineração que mais exploram terras indígenas. “As identidades étnicas estão em risco e se há tanta tecnologia, como ainda há trabalho escravo?”, avaliou.
Abordando a realidade verificada em suas pesquisas no estado do Maranhão, Cynthia Carvalho Martins, docente da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), falou da atuação das empresas nas explorações de terras naquele estado. “O fato das terras serem regularizadas não significa que não haja conflitos. Os conflitos se dão, pois, essas terras estão sendo arrendadas para a retirada do coco babaçu”, disse.
Mais informações no site Terras Indígenas
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