Sessão especial da SBPC Alagoas celebra os 200 anos do Museu Nacional
O encontro discutiu a história do museu, sua importância na sociedade e as perspectivas futuras
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Os 200 anos do Museu Nacional foram celebrados em uma sessão especial na 70ª Reunião Anual da SBPC, e contou com a participação da historiadora Regina Dantas, do antropólogo Luiz Fernando Duarte e do diretor do Museu Nacional e paleontólogo Alexander Kellner. O Museu Nacional contém um acervo composto por mais de 20 milhões de itens, subdivididos em coleções de arqueologia, etnologia, antropologia, botânica, paleontologia, geologia e zoologia.
Fundado em 6 de junho de 1818 por D. João VI, ele é a mais antiga instituição científica do Brasil. Também é considerado o maior museu de história natural e antropologia da América Latina. Localizado no parque imperial Quinta da Boavista, em São Cristóvão, zona norte do Rio de Janeiro, o espaço serviu de moradia para a família real brasileira até a Proclamação da República, em 1889. Segundo o antropólogo Luiz Fernando Duarte, o museu era o ponto de encontro principal para a reflexão e desenvolvimento do país durante os séculos 19 e 20, auxiliando no surgimento de várias instituições fundamentais no Brasil, como o Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Ele também desempenhou papel importante em alguns movimentos, como a reforma universitária.
Incorporado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1946, a instituição abriga também uma série de atividades de ensino, pesquisa e extensão, além de programas de pós-graduação, mestrado e doutorado nas mais diversas áreas, desde a arqueologia até a linguística, por exemplo. Hoje, sofre com a escassez de recursos financeiros que dificultam a sua revitalização e com a diminuição no número de visitantes. Para mudar essa situação, uma série de ações vêm sendo propostas, como a construção de novos prédios e a ampliação e modernização das exposições. Com essas ações, o diretor do museu, Alexander Kellner espera aumentar o número de visitantes e melhorar a comunicação com a sociedade. ‘’Um museu que não consegue dialogar com a sociedade, está condenado à extinção e uma sociedade que não valoriza os seus museus, está culturalmente, em parte, extinta’’, afirmou.
Para Alexander, espaços como a sessão realizada na SBPC 2018 são fundamentais para poder mostrar a grandeza do Museu Nacional e buscar forças para lutar por mais recursos para a instituição no Congresso Nacional. O antropólogo Otávio Velho, que acompanhou a discussão, também ressaltou a importância da sessão comemorativa e do diálogo com a sociedade. “É muito importante que esteja registrado nessa reunião da SBPC, essa nossa reunião aqui comemorativa dos 200 anos do Museu Nacional. É essencial que o museu consiga se relacionar com a comunidade científica e ela assuma o museu como ícone seu, na medida em que se trata da primeira instituição científica brasileira”, concluiu.