Transformação da biomassa em produtos renováveis é tema de conferência

A palestra fez com que diversos estudantes lotassem sala na Famed

Por Camilla Bibiano - estudante de Jornalismo
- Atualizado em
Programação da SBPC Alagoas
Programação da SBPC Alagoas

Diversos alunos participaram da conferência Transformação da biomassa em produtos químicos e combustíveis: desafios, exemplos e perspectivas na área de catálise, ministrada pela professora Simoni Margareti Plentz Meneghetti, da Universidade Federal de Alagoas. A palestra foi uma das conferências da programação da Sociedade Brasileira de Química (SBQ) durante a SPBC Alagoas.

Com viés dentro das perspectivas do desenvolvimento de catalisadores na conversão de matérias-primas renováveis em produtos químicos, a professora Simoni explanou alguns exemplos trabalhados em seu grupo de pesquisa com alunos e colaboradores da Ufal. Ela ressaltou como a crescente na área de pesquisa de catálises atinge o tema no futuro, com mais métodos sendo adotados. “De 2008 para cá nós podemos ver um crescente interesse por meio dos números de publicações na área de biomassa. Existem muitos grupos de pesquisa trabalhando fortemente nessa busca por processos efetivos, eficientes e viáveis. Bem como um grande número de patentes criadas a partir desse tema. É uma área que tem muito potencial”, comentou.

Pautada pela utilização da biomassa como blocos de construção e biodiesel, os dados apresentados na palestram apontam que o material é pouco utilizado no Brasil: Apesar de ser uma importante fonte de renda para a economia brasileira, das 40 milhões de toneladas produzidas, somente 5% é aproveitada. Boa parte da produção do biodiesel sai da região Nordeste.

Todo o processo de quebra e transformação da biomassa foi relatado durante a conferência, com a sua utilização desde a área de energia e combustíveis até a farmacêutica e alimentícia. Outro ponto bastante discutido foi a substituição de combustíveis a partir do petróleo por biodiesel, mas a pesquisadora deixou claro que ainda não se pode erradicar totalmente esses produtos por fatores relacionados à falta de investimento na produção do biodiesel e dos carros que não estão preparados para recebê-los.

Várias iniciativas de inclusão desse tipo de combustível partiram de companhias áreas que assinaram acordos para a utilização do biocombustível brasileiro. Simoni comentou que muitas marcas procuram investir em tecnologia para obter valorização ambiental, pelo status de ser uma empresa que se preocupa em ter seus produtos produzidos por uma rota verde, por meio de biodiesel ou plásticos biodegradáveis, mesmo que sejam mais caros.

Simoni ainda reforça a necessidadedos alunos se interessem pela ciência e buscar recursos para seus projetos. “Nós precisamos de investimento em pesquisa e desenvolvimento tecnológico constantes, porque hoje podemos olhar vários processos e achar uma loucura, mas daqui há alguns anos isso provavelmente estará na indústria. Se pararmos agora nós vamos perder o meio da história”, enfatizou.