Subcomissões da SBPC Alagoas deixam a suas marcas na história da Ufal
O evento contou com inúmeras atividades que fizeram sucesso entre o público
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A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) sediou a 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O evento, que é o maior do segmento na América Latina, ocorreu entre os dias 19 a 28 de julho, com a SBPC Afro e Indígena e SBPC Educação, acontecendo nos campi A.C. Simões, Arapiraca e do Sertão, em Delmiro Gouveia.
A Pró-reitoria de Extensão (Proex) foi a responsável pela organização de três segmentos paralelos à reunião geral, do quais a SBPC Jovem, a SBPC Afro e Indígena e a SBPC Cultural, que aliaram a parte científica do evento com cultura, tecnologia e entretenimento. Por meio das mais diversas atividades, foram apresentadas pesquisas e inovações em inúmeras áreas através de conferências, mesas-redondas, minicursos, bate-papos, demonstrações artísticas e oficinas.
SBPC Jovem
As atividades que aconteceram na SBPC Jovem, dos dias 23 a 28 de julho, foram inteiramente gratuitas e abertas ao público. Foi montado ao lado da Biblioteca Central uma tenda de aproximadamente dois mil metros quadrados, contando com 16 estandes e desses, 12 foram gerenciados pela Proex, por onde circularam mais de 12 mil pessoas durante toda a semana.
Com uma vasta programação lúdica e interativa, crianças, jovens e adultos se aventuraram pelas exposições na Tenda Jovem. Os espaços estavam divididos entre: Shows de Física, Biologia e Química, Central de jogos, Mostra Interativa Universitária, Espaço Saúde (Ufal e Uncisal), Mostra de Robótica (Seduc), Oficinas Criativas, Museu de História Natural, Usina Ciência, Experiment-AL (Secti), Arena de Ideias (Sebrae), Agência Espacial Brasileira (AEB), Tenda da estatística (em parceria com o Instituto de Matemática da Ufal), Circo da Ciência (com mais de 12 museus de todo o país) e Museu Ponto da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Além dessas atividades, teve o Trekking CT&I que reuniu ao longo da semana 13 escolas estaduais, particulares, locais e nacionais para a competição educativa. As turmas realizavam o credenciamento, logo após recebiam as orientações e se deslocavam para os laboratórios, dentre os quais destacamos os de Física, Química, Botânica, Microbiologia e Meteorologia. Os alunos tiveram breves aulas com professores e bolsistas destes espaços, interagiam com eles e somavam pontos. No final da tarde, quando a competição havia terminado, os participantes, a depender da classificação, receberam premiações. Houve um retorno muito positivo deles, que ressaltaram ter sido significativo conhecer os laboratórios da Ufal, pois isso ajudará a decidir sobre o curso que desejarão seguir.
Segundo a coordenadora geral, Joelma Albuquerque, foram ofertadas mais de 500 atividades ao todo, além de contar com a visita de 260 escolas e grupos, havendo também a democratização do espaço da tenda, e o trabalho da equipe da Proex que se tornou fundamental para o sucesso do evento.
SBPC Cultural
A programação da SBPC Cultural foi composta da parte científica e dos eventos culturais. Ocorreram na Faculdade de Direito de Alagoas (FDA) e no Palco Arena, localizado em frente aos bancos, e no Palco Principal, em frente ao Centro de Interesse Comunitário (CIC), sendo um espaço de manifestações culturais e artísticas brasileiras, em diversas linguagens da arte. Além disso, valores artísticos locais alagoanos foram destaque nos palcos.
Diversas atividades científicas movimentaram os participantes durantes os seis dias de reunião. Houve conferências como a do curador do Queermuseu, Gaudêncio Fidelis, que discutiu questões de gênero, ética e conceitos da exposição. E com muita alegria a SBPC cultural recebeu o palhaço Heraldo Firmino, integrante do grupo Doutores da Alegria da Escola Livre de Artes, que ministrou a oficina O Palhaço antes do nariz vermelho, na qual contou e mostrou como se dá a preparação daquele que quer vestir a “máscara” do palhaço.
Outro destaque da SBPC Cultural foram os espetáculos. Alguns deles oriundos das próprias oficinas, como no caso da Cia de Teatro Mundo Rodar que trabalhou a corporeidade e todo o universo do ator finalizou com apresentação de uma aula espetáculo.
Todos os dias, na hora do almoço, havia alguma apresentação com artistas da terra, como o Coco de Roda Xique-Xique. Outro nome foi o rapper paulistano Di Função que veio para ministrar um minicurso na SBPC Afro e Indígena e aproveitou para apresentar suas músicas no palco. Organizada pela Pinacoteca da Ufal, e com curadoria de Henrique Gomes, a exposição Sombra e Luz fez parte das atrações culturais da 70ª Reunião Anual e foi proposta como forma de homenagear e contextualizar a importância do trabalho de ambos os artistas na trajetória e evolução da arte em Alagoas.
O palco principal era onde encerravam as atividades diárias da edição 2018 da reunião da SBPC. Passaram por lá Wado, Flôr de Ébano, Chau do Pife, Coral da Ufal, entre outras atrações. O sábado foi dedicado à família na 70ª Reunião Anual, um dia mais leve na programação científica, porém as apresentações culturais não pararam, com aulas espetáculos, além dos cortejos afro por todo o Campus A.C. Simões. E para fechar as noites de apresentações, o palco principal recebeu a banda alagoana Vibrações, que levou um grande número de pessoas para o campus.
SBPC Afro e Indígena
O eixo Afro e Indígena da 70ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência contou com mais de quatro mil inscrições nas diversas atividades, em seis dias de programação, com discussões científicas, ancestrais e culturais que permeiam a identidade racial da pessoa negra brasileira. A temática levada para o âmbito científico teve organização do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) na representação da professora e atual diretora Lígia Ferreira.
Com programação diversa nos três campi da Universidade Federal de Alagoas, a SBPC Afro e Indígena contou com mesas-redondas, oficinas e conferências. Esses espaços foram construídos por pesquisadores da temática étnico-racial, indígena e negra, lideranças indígenas e quilombolas e mestres da cultura popular.
A programação também teve espaço para homenagens, contando com a cerimônia de comemoração aos 36 anos do Neab e a apresentação da marca local Modafro-in com um desfile de moda afro num espetáculo de música e dança.
Acessibilidade e inclusão foram incorporadas na construção do evento. A programação contou com atividades interpretadas em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e espaço infantil temático intitulado Erê, Ibeji e Curumim, que trouxe a temática ressignificada para crianças através de contação de estórias e recreação. Essa programação foi pensada por estudantes e profissionais da área da educação infantil, por meio do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) e do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe).
Sobre a realização do evento, a coordenadora geral, professora Lígia Ferreira, disse que a interação entre a universidade e a comunidade é necessária e que a SBPC Afro e Indígena foi uma forma bem sucedida de realizar esse contato. “Eu senti muita irmandade de todas e todos dentro da SBPC Afro e Indígena”, destacou.
O evento contou com o apoio do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Ministério da Saúde, Ministério da Educação, Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), Fundação Péter Murányi, Transamérica Turismo, Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Secretaria de Cultura (Secult), Hemocentro de Alagoas (Hemoal), Geap, Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Universidade Estadual de Ciências da Saúde em Alagoas (Uncisal) e Sebrae.