Grupo multidisciplinar do HU atende crianças com diabetes

Famílias trocam experiências sobre controle da doença; Serviço conta com reuniões mensais e apoio profissional

Por Klebson Candido - estagiário de Relações Públicas
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Vanessa Ferry ressaltou a importância da criança conhecer o processo de controle da doença
Vanessa Ferry ressaltou a importância da criança conhecer o processo de controle da doença

Com o objetivo de atender a crianças portadoras de diabetes, o setor de pediatria do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) realiza mensalmente reuniões do serviço multidisciplinar, que fornece assistência médica e esclarece dúvidas sobre a doença. Os pacientes do HU têm acesso a acompanhamento nutricional e psicológico, além de consultas com pediatras.

O serviço que funciona desde 2015 no HU é voltado a familiares e pacientes e conta com palestras e rodas de conversa com uma equipe formada por profissionais de enfermagem, nutrição, psicologia e médico.

A psicóloga do HU, Vanessa Ferry, abordou a importância de considerar os hábitos sociais e a sugestão de regras a serem seguidas, visando o controle do diabetes, mas ressalta que a punição da criança que não segue as recomendações médicas não é eficiente. “Temos que entender que não é só o diabetes, é uma dificuldade social também e a família precisa adotar um padrão alimentar saudável. A criança participando desde cedo do processo de autocuidado, faz com que ela conheça os seus limites”, destacou a psicóloga.

Ainda para Vanessa Ferry, os aspectos sociais influenciam no comportamento alimentar das pessoas e no tratamento do diabetes. “Há um aspecto social associado às doenças crônicas, pois há padrões de comportamento que determinam como a sociedade lida com elas. Se os pais enxergam a doença naturalmente, a criança entenderá os cuidados necessários ao seu quadro clínico”, frisou.

Para Josenilda Maria da Silva, que trata o filho de 10 anos no HU, os encontros ajudam no processo por meio das informações que recebe. “Quando o meu filho vem para a reunião, ele acaba ouvindo as informações, aprende e leva para o dia a dia dele. Aos poucos, fomos introduzindo no cardápio os alimentos da dieta e hoje é sem resistência”, comentou.

A nutricionista do serviço, Larissa de Oliveira Soares, chamou a atenção para a necessidade de uma alimentação saudável, aliada ao tratamento específico de cada paciente. “Às vezes a criança e a família associam a hipoglicemia ao momento correto de comer doces, quando na verdade, trata-se de um sintoma investigado. Não é qualquer tipo de doce que deve ser oferecido à criança nesse momento”, reforçou.