Atividade motora adaptada foi tema de Congresso na Ufal

11º CBAMA  promoveu debate e reflexões sobre o tema

Por Blenda Machado - estagiária de Jornalismo
- Atualizado em
11º CBAMA  promoveu debate e reflexões sobre o tema
11º CBAMA  promoveu debate e reflexões sobre o tema

Durante a última semana, a Universidade Federal de Alagoas (Ufal) foi sede do 11º Congresso de Brasileiro de Atividade Motora Adaptada (Cbama). O evento deve fomentar a divulgação do conhecimento científico e as implicações práticas na área, promovendo a discussão entre diversos especialistas. Promovido pela Associação Brasileira de Atividade Motora Adaptada (Sobama), em parceria com o Instituto Federal de Alagoas (Ifal) e a Ufal, o Cbama se apresenta como um importante evento científico nacional, buscando oportunizar grupos de regiões outrora não contempladas, bem como o compartilhamento de saberes acerca das experiências obtidas por meio das práticas realizadas na área de conhecimento do esporte.

A coordenadora do Núcleo de Acessibilidade (NAC) da Ufal, Neiza Fumes, conta que ‘‘o evento é extremamente importante, primeiro que coloca em evidência a Universidade Federal de Alagoas, pois temos participantes de diferentes estados brasileiros e das diferentes regiões". Ainda de acordo com a coordenadora, "a Ufal vem mostrando sua expertise de eventos e, por outro lado, nós estamos contribuindo com a formação de um profissional’’. Na programação, destaque para a oficina Orientação e Mobilidade aplicada à Prática Esportiva, com Rosiane Amorim, Maria Quitéria, Eliane Lima e Eliziane Batista, integrantes do NAC da Universidade Federal de Alagoas.

No auditório do Centro de Interesse Comunitário (CIC), foi realizada a oficina Goalball, do professor Jonatas Castro, que abordou sobre a introdução da modalidade e vivências com pessoas cegas e de baixa visão. Em seguida, foi apresentado o esporte Goalball, esporte coletivo com bola, praticado por atletas que possuem deficiência visual, onde os estudantes tiveram a experiência na prática. Também fez sucesso o workshop Natação para pessoas com deficiências: da iniciação ao rendimento, ministrado pelo professor Diego Calado, da Associação dos Deficientes Físicos de Alagoas (Adefal), que abordou patologias, causas, formas e classificação funcional e a propriedade do corpo com deficiência no esporte da natação, trazendo também uma  proposta de natação diferenciada. "Eles estão muito acostumados a ver natação esporte pelo esporte, aprender o nado, por isso, tentamos trazer uma visão da nossa área enquanto saúde e reabilitação’’, diz. ‘‘Então, mostrei para eles a nossa capacidade e missão enquanto profissional’’.

Na palestra intitulada  Futebol para amputados, apresentada pelo professor Mário Simim, da Universidade Federal do Ceará (UFC), foi destacada a importância da pessoa com deficiência. ‘‘A participação dela em modalidade esportiva auxilia e melhora tanto aspecto físico, psicológico e social. Especificamente no futebol amputado, por ser uma modalidade barata e de fácil acesso, a importância se concentra também no fomento dessa modalidade em Alagoas’’, disse o professor Mário Simim. Também no evento aconteceu a palestra Camp Abilities programs in the world and how to get involved, apresentada pela professora Lauren Lieberman, da State University of New York. Foram apresentados aos estudantes os programas Campabilites e Global Fulbright Scholarship, que são projetos organizados pela Lauren, onde trabalha com crianças com deficiência visual. Ela conta como está sendo sua experiência na universidade. ’’Desde que cheguei aqui no Brasil, estou vendo que as pessoas são bastante receptivas e tem muito trabalho para ser feito. As pessoas demonstram muito em querer aprender e estou aqui, não só para falar dos programas, mas também para ajudar professores e alunos a aprenderem sobre inclusão’’, afirma.

Enquanto isso, no bloco de Educação Física, acontecia o workshop Psicomotricidade e Transtorno do Espectro Autista (TEA), ministrado pelo professor Thiago Hallison Medeiros de Lima, da Secretária Municipal de Educação (Semed) de Marechal Deodoro, em que foi apresentado o corpo do autista, tratando sobre o sensorial, dificuldades em modulação de respostas a diferentes estímulos e o autoconhecimento em partes e funções.

Solenidade de abertura

A solenidade de abertura do Congresso de Brasileiro de Atividade Motora Adaptada (CBAMA) foi realizada no dia 13 de novembro e dentre os convidados para compor a mesa de abertura da cerimônia estavam presentes a reitora Valéria Correia, a Pró-reitora Estudantil (Proest), Silvana Medeiros, a diretora do Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), Leonea Vitória Santiago, a coordenadora do NAC, Neiza Fumes, e a Secretaria do Esporte, Lazer e Juventude, Cláudia Petuba. Na ocasião, reforçaram a importância de discutir sobre a atividade motora adaptada e a inclusão social.

‘‘A satisfação de receber este importante evento, porque faz parte do processo de inclusão de pessoas com deficiência e todo o processo de inclusão que uma universidade fortalece. As universidades federais têm como um compromisso realizar a inclusão. A Ufal, além de ter melhorado no NAC, já tem dois espaços e com o terceiro espaço bem melhor que vamos inaugurar. Nós também temos no complexo esportivo acessibilidade, desde a piscina como outras áreas’’, declarou a reitora Valéria Correia. O professor Eduardo José Manzini da Unesp ministrou a palestra intitulada Ciência e Práticas das Atividades Adaptadas, trabalhando as publicações da revista Sobama com relação dos dois temas.

Eduardo Manzini conta que ‘‘a minha premissa é que a educação física é uma atividade eminentemente prática, ou seja, o professor de educação física vai trabalhar com atividades motoras com pessoas com deficiências, idosos, ele pode está trabalhando com isso em ambulatórios, em vários espaços. A ideia é que essas pessoas, provavelmente, vão necessitar de movimento, recuperação e reabilitação de algumas atividades adaptadas’’, disse.