Conheça as práticas sustentáveis adotadas na Bienal
Refeitórios e estandes possuem materiais recicláveis e adotam práticas de sustentabilidade
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A 9° Bienal Internacional do Livro, que acontece até o próximo dia 10, no bairro de Jaraguá, adotou práticas sustentáveis, dentre elas nos estandes e refeitórios dos monitores e coordenação. Na manhã do domingo (3), foi realizada uma reunião com os expositores para discutir o uso de ecobags e sacolas de plástico biodegradável na feira de livros, que acontece no Espaço Armazém.
Segundo a professora Elvira Barreto, coordenadora da Editora da Ufal (Edufal), um dos princípios da Bienal é a questão da sustentabilidade. "A 9ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas tem o princípio da sustentabilidade ambiental como princípio que rege toda organização, não só na venda de livros, mas na própria estrutura com pallets e o uso de sacolas que não sejam de plástico", afirma.
Barreto afirma que a princípio era fundamental oferecer sacolas de papel. "Organizamos, junto com a Fundepes um contrato que seria obrigatório o uso de sacolas de papel. Entretanto, a funcionalidade e o custo-benefício se torna inviável para os expositores e os preços baixos de alguns livros que estão sendo comercializados aqui na feira", pontua.
Dessa maneira, foi necessária a realização de ajustes. "Nós fizemos uma reunião para ver a viabilidade de uma mudança sem perder de vista esse princípio da sustentabilidade ambiental. Nela, foi discutido e pactuado que nós da organização vamos fazer uma campanha para promover a conscientização. Entramos em acordo que a partir de amanhã [segunda-feira] só se usará sacolas de papel ou plástico biodegradável", disse.
Sobre a importância da reunião, Elvira afirma que consistiu no amadurecimento do assunto. "Muito importante na reunião foi o amadurecimento sobre o tema da sustentabilidade ambiental entre todos nós, quem coordena a exposição e os expositores que estão aqui vendendo livros", conclui.
Alimentação consciente
A produtora cultural da Ufal, Nicolle Freire , explica que os monitores foram orientados a trazer talheres e copos de casa. "Em relação à alimentação a gente pediu para que cada monitor, bolsista, até a coordenação, trouxesse um kit de talher e o seu próprio copo. São mais ou menos 200 a 220 refeições por dia, você usando garfo e faca descartáveis todas as vezes em dez dias, ia ser uma quantidade grande de lixo gerado", ressaltou.
Além disso, nas instalações do refeitório têm pias, para que após o uso, os objetos sejam higienizados. "A gente tem aqui na instalação do refeitório pias, bancadas. Nós compramos bucha e detergente, então eles usam, limpam, lavam, guardam". E continua : "Nós compramos alguns também para ter aqui como base, tipo cinco kits para quem esqueceu, se for o caso, usar esses. Mas, aí é sempre reutilizável, eles podem lavar e depois usar de novo no jantar. Então, foi a medida que a gente achou para reduzir esse resíduo sólido de lixo", conclui.
Alex Moraes, brasiliense e dono da loja Tertúlia, que possui a sustentabilidade em sua essência, trouxe alguns objetos para comercialização em estande da Bienal. ‘’A Tertúlia nasceu sustentável, na época a questão da sustentabilidade não foi por uma questão ecológica, mas estética, porque o papel reciclado era o único que aguentava a tinta acrílica, a gente nunca mexeu em tinta com chumbo, com solvente, sempre com tinta a base de água’’, comenta.
Tertúlia
A Tertúlia ainda oferece desconto para os clientes que voltam para a loja e deixam sua peça usada, o que culminou na existência de um projeto com poesia. ‘’Todos os nossos produtos de tecido, que são usados pelo cliente por tempo indeterminado, voltam pra gente. O cliente pega a peça, traz de volta e tem 20% de desconto na compra de uma nova. Ele devolve a camiseta com a poesia, que a gente chama poesia reciclada, e nós transformamos em uma sacola que vai ficar permanente. E Moraes explica: ‘’Quando as pessoas nos procuram porque quebrou a alça ou soltou o forro, dizemos que não precisa comprar outra, a gente arruma. Queremos que elas comprem produtos bons e que durem bastante’’.
Segundo o empreendedor, a madeira utilizada na Tertúlia é feita de mdf, que é a serragem colada, de reflorestamento, ou apreendidas pelo Ibama. Moraes ainda relata que muitos produtos comercializados na loja são feitos de retalhos e sobras de ateliê. ‘’Essas são as peças mais interessantes e as que têm maior valor agregado. Então, essa pegada de reaproveitamento dentro da área de artesanato e para confecção de novos produtos, é uma coisa que sempre fez parte da nossa história’’, destaca.
Moraes já trouxe produtos da Tertúlia na última edição da Bienal Alagoas e elogia o povo alagoano. ‘’O povo de Maceió é muito querido, amável, hospitaleiro. A gente veio na Bienal passada, funcionou, e essa mais ainda. E é interessante porque a gente faz a proposta da literatura fora dos livros, fora das prateleiras, todos os produtos têm literatura, informação e poesia’’, finaliza.