Curta produzido por professor da Ufal é premiado na Mostra Sururu

‘Tambor ou bola’, de Sérgio Onofre, ganhou o prêmio de melhor som

Por Janyelle Vieira - estagiária de Jornalismo
- Atualizado em
Curta ganhou prêmio de melhor som
Curta ganhou prêmio de melhor som

No último domingo (15), a edição comemorativa de 10 anos da Mostra Sururu foi encerrada anunciando os premiados da Mostra. O curta Tambor ou Bola, com roteiro e direção do professor da Universidade Federal de Alagoas Sérgio Onofre, ganhou o prêmio de melhor som pelo júri oficial composto por Luciana Oliveira, Daniela Fernandes e Letícia Santinon. 

O prêmio engloba a captação de som direto, o desenho de som e a trilha sonora que foram responsabilidade de Emanuel Miranda (Sapulha), do técnico de som da Escola Técnica de Artes da Ufal Edilberto Sandes (Brother), da Orquestra de Tambores e de Wilson Santos. Onofre enaltece o trabalho realizado. “A captação de som direto envolve todo o trabalho de colher com maior nitidez e qualidade possível o som em ambientes, por vezes, cheio de intervenções sonoras. O desenho de som é um trabalho associado à montagem [pós-produção] e aqui as imagens ganham vida e expressão sonora, com inclusão de efeitos sonoros e na trilha sonora original, fomos favorecidos pelo riquíssimo trabalho de anos de pesquisa e experimentos em ritmos afro-brasileiros e de matriz africana” esclarece Onofre. 

O documentário, de 24 minutos, foi inspirado na trajetória do músico e percussionista alagoano Wilson Santos e reconstrói a trajetória de vida do fundador da Orquestra de Tambores de Alagoas, personagem que dedicou e dedica, parte de sua vida à música e ao trabalho de difusão da percussão popular como ferramenta para inserção social de jovens da periferia.  

Segundo o diretor Sérgio Onofre, foram vários dias de filmagens, em abril deste ano. “Filmamos na Favela Mundaú, comunidade que vive da cata de crustáceo, filmamos ainda no Quilombo de Santa Luzia do Norte e em Fernão Velho e completamos as locações com um dia inteiro no Teatro Deodoro, onde colhemos os depoimentos. O roteiro foi contemplado com o edital 16/2016 da Secretaria de Estado da Cultura para o prêmio de incentivo à produção audiovisual em Alagoas. Além do recurso do edital, contamos com o patrocínio do Sebrae na finalização e o apoio da Ufal na logística de transporte” conta. 

Ainda de acordo com Onofre, o sentimento pós premiação é de satisfação. “Nosso filme é pura sonoridade, um personagem rico que se alfabetiza pelos sons, conhece a música no pagode da comunidade e se torna ogan seduzido pelo toque dos atabaques. Sua vida está intimamente relacionada ao universo percussivo alagoano, das bandas e grupos de dança afro ao resgate do maracatu como elemento da cultura tradicional de nossa terra. Para além do personagem e do enredo, o prêmio expressa a qualidade técnica de meses de trabalho e está diretamente relacionado com pelo menos três áreas da produção cinematográfica” finaliza.  

A Mostra Sururu de Cinema Alagoano exibiu 29 filmes e nove videoclipes além de realizar outras atividades paralelas. A edição de 10 Anos é uma realização do Fórum Setorial do Audiovisual Alagoano. O evento conta com a parceria da Escola Técnica de Artes da Universidade Federal de Alagoas.