Periódico mais antigo da Ufal passa por digitalização

Setor de Arquivo da Fapeal está tocando o projeto de digitalizar 44 volumes que salvaguardam 22 anos de história

Por Tárcila Cabral - Ascom Fapeal
- Atualizado em
Danilo Lins utiliza a infraestrutura do arquivo da Fapeal. Foto: Ascom Fapeal
Danilo Lins utiliza a infraestrutura do arquivo da Fapeal. Foto: Ascom Fapeal

A Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal) iniciou um projeto efetivo para salvaguardar informações científicas. A ideia surgiu quando o editor do periódico científico Leitura, o professor da Ufal Josefh Queiroz, sentiu a necessidade de migrar as informações dos exemplares para a plataforma de web. A partir disso, o docente procurou a equipe da Fapeal e fez a proposta de digitalizar todos os exemplares da mais antiga revista da Universidade.

A parceria com a coordenadora do Arquivo da Fapeal, Rosaline Mota, e sua equipe é para a digitalização dos exemplares impressos, de 1987 a 2009. “Em reunião com o presidente da Fapeal, professor Fábio Guedes, nós falamos sobre a iniciativa do fortalecimento dos programas de pós-graduação e do resgate da memória científica. Com a sua aprovação, o professor Josefh trouxe os materiais e nós pudemos dar início aos trabalhos”, conta Rosaline.

Garimpo

O editor da revista explica que este processo de compilação não foi nada fácil. Ele precisou garimpar 44 volumes que se encontravam apenas no formato impresso e nem todos estavam disponíveis na Biblioteca Central da Ufal.

“Nós temos mais ou menos 400 artigos que estavam limitados ao meio impresso e a gente pretende colocar novamente em circulação. Neles, os pesquisadores podem encontrar estudos textuais, teorias linguísticas, linguística e ensino, literatura, um leque amplo porque o conteúdo é interdisciplinar”, aborda Josefh. A ideia do professor é promover o resgate dos volumes anteriores para divulgar estas pesquisas que ainda são citadas e possuem demanda, visto que têm contribuição acadêmica.

O processo da digitalização já foi iniciado e é conduzido pelo estudante do 8º período da graduação de Letras-Espanhol, Danilo Lins, responsável pela captação das imagens. Tanto ele, quanto o editor Josefh Queiroz receberam o treinamento para compreender o método utilizado pelo arquivo da Fapeal. Neste momento o aluno já está digitalizando a 3ª revista, o que compreende aproximadamente 30 artigos.

Os exemplares serão disponibilizados gradativamente no site da revista, mas os volumes digitalizados já estão disponíveis. A previsão é que até junho todos estejam acessíveis no formato. A iniciativa deu tão certo que se transformou num projeto de extensão da Ufal, já que vincula professores, alunos e a equipe da Fapeal.

O sistema digital

De acordo com Rosaline, antes da plataforma de web as revistas possuíam problemas rotineiros advindos principalmente de questões de logística financeira. Isto provocava o atraso nos exemplares porque era necessária verba para impressão, um patrocínio ou número específico de assinantes para subsidiar os modelos. No entanto, atualmente as informações têm acesso livre e compartilhamento na internet e, o Brasil, representa um dos países mais avançados na disponibilização de textos científicos, segundo a acadêmica.

“É importante abordar que este formato do Sistema Eletrônico de Editoração de Revistas (Seer) foi um projeto do Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), que se tornou fundamental para a comunicação científica dos periódicos, pois fez com que o Brasil saísse dos periódicos impressos para o mundo digital”, explica Rosaline Mota.

De acordo com o professor da Pós-graduação em Letras, atualizar o site da revista também foi indispensável, já que ele funciona como uma vitrine para a comunidade acadêmica. O pesquisador cita que, mesmo que o projeto da memória da Leitura tenha outra finalidade de divulgação e promoção das pesquisas, ele acaba retroalimentando um ciclo e atraindo novos autores. A partir desta atualização, por exemplo, o número de artigos recebidos pela internet subiu de dois para 23 textos enviados em cerca de seis meses, ou seja, dez vezes mais apenas com o incremento em parceria com a Fapeal.

Expectativas

Abordando o contexto dos programas de pós-graduação, Josefh espera que as outras revistas universitárias atentem para esta necessidade, mas, além disso, movimentem suas produções. “Como editor da revista Leitura meu maior interesses é o impacto tanto local, por movimentar os alunos da própria pós-graduação, para que eles venham e citem o periódico, e fora também, no sentido de captar autores”, declara Queiroz.

Durante o mapeamento dos artigos, de imediato, o pesquisador já começou a indicá-los aos seus alunos que estavam desenvolvendo pesquisas, por alguns textos possuírem temáticas abordadas em trabalhos atuais. A proposta é atrair mais leitores no âmbito local, mas buscar que os próprios estudantes passem a citar as elaborações da pós-graduação, e seus estudos sejam publicados, um dia, da mesma forma.

Rosaline Mota frisa que pretende concluir esta parceria num evento voltado à comunidade acadêmica, divulgando os resultados e propondo novas ações com outros periódicos. Os leitores e estudiosos terão acesso aos conteúdos na íntegra, e os gestores dos PPGs poderão iniciar novas colaborações.