Programa de Pós-graduação da Ufal amplia estudos na área de ciências da saúde
Parcerias para vencer obstáculos e desafios resultam no crescimento das ações científicas
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O financiamento de pesquisas no Brasil aponta para um cenário preocupante em 2019 devido à significativa diminuição de recursos para investimento na área. É o caso da principal agência de fomento à pesquisa no país, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que poderá perder, ainda este ano, mais de um terço dos recursos. Uma redução de R$ 1,2 bilhão para R$ 800 milhões, o que significa uma queda de 33% em investimentos. A agência destina mais de 900 milhões, apenas para os atuais 80 mil bolsistas. E, com a proposta de corte de recursos, não restará quase nenhum auxílio para a pesquisa.
Nesse complicado cenário, os membros do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde (PPGCS) do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) se destacam pelo enfrentamento dos desafios impostos não medem esforços para o andamento e crescimento da produção científica. O Programa de 2012 a 2018 capitaneou recursos de cerca de R$ 24 milhões, junto às agências de fomento no Brasil e no exterior. Destes, mais de R$ 7 milhões são coordenados por membros permanentes do citado programa.
Outra realidade a destacar é que no período citado, dos 44 projetos financiados, 26 têm a participação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal). O Programa recebe também financiamento da Capes, CNPq, do Ministério da Saúde (MS), dentre tantos outros e conta com parceria local da Fundação Universitária de Extensão e Pesquisa (Fundepes).
“Acreditamos que, diante do cenário nacional de diminuição de investimentos na pesquisa, o PPGCS vem buscando alternativas e demonstrando competência na captação de recursos e a agência de fomento do Estado vem com maestria desempenhando sua missão de fomentar com equidade e transparência o Sistema Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação nesses últimos anos”, frisou o coordenador do PPGCS Marcelo Duzzioni.
Impacto social
No crescimento do Programa três projetos de impactos diretos na sociedade aprovados nos últimos três anos estão em andamento. Os recursos somam mais de RS 5 milhões e reforçam a contribuição da Ufal à ciência nos âmbitos nacional e internacional.
Os projetos são: Investigação de novas estratégias para o tratamento da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA): estudos in vitro com células-tronco pluripotentes, coordenado pelo professor MarceloDuzzioni; Fortalecendo o sistema brasileiro de atenção à saúde mental de crianças e adolescentes, que tem a coordenação do professor Claudio Miranda em parceria com a pesquisadora Sara Evans Lacko, da London School of Economics and Political Sciense (ILSE), junto com o pesquisador brasileiro Wagner Ribeiro e conta também com a participação do pesquisador Antônio Grande, da Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS). O outro projeto é o que trata sobre a Consolidação de estratégia para referência contra-referência de pacientes com fendas orais no SUS em Alagoas, coordenado pela professora Isabella Lopes Monlleó. Este recebeu financiamento da Fapeal (R$ 250 mil) e do CNPq (R$ 775 mil), totalizando R$ 1.025.000,00 para a realização do estudo.
O projeto que trata sobre a ELA, segundo o coordenador da pesquisa Marcelo Duzzioni, destaca-se pela busca de fármacos alternativos para o tratamento, uma vez que a doença não tem cura e o medicamento distribuído pelo SUS melhora a expectativa de vida dos pacientes em apenas três e cinco meses. O pesquisador também destaca o pioneirismo da Ufal ao instalar o laboratório de pesquisa com células-tronco no Estado. O projeto tem financiamento do MS, que destinou R$ 2.280.496,00 para as ações científicas.
No projeto voltado ao fortalecimento do sistema brasileiro de atenção à saúde mental de crianças e adolescentes, o coordenador no país, Claudio Miranda, informou que para as ações científicas foram aprovados recursos da ordem de R$ 2,5 milhões oriundos da Medical Research (MRC/Fundação Newton) e do Conselho Nacional de Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap), por meio da Fapeal. “O estudo tem duração de cinco anos e o projeto piloto está sendo em Maceió. É dotado de etapas e em novembro já houve a primeira reunião com representantes do poder público”, disse o pesquisador.
Ao reforçar que o PPGCS faz ciência básica, mas também faz ciência aplicada voltada a busca de soluções a curto e a longos prazos para problemas que a sociedade vem passando, o coordenador Marcelo Duzzioni enfatiza: “O Programa está preocupado com questões que vêm afetando a sociedade e está buscando alternativas para tentar resolvê-las como é o caso do projeto do professor Claudio Miranda que vê a importância de abordar a saúde mental das crianças e dos adolescentes e de buscar soluções para os problemas que podem afetar essa população em específico. E se assim resolvendo, pode-se futuramente ter um adulto saudável, um adulto que pode de certa forma se adaptar da melhor forma possível à sociedade”.
Pós-graduação
Dotado de mestrado e doutorado o PPGCS, em desenvolvimento desde 2006, tem como principais objetivos: Capacitação de recursos humanos nas áreas biológicas e da saúde para o ensino e a pesquisa, possibilitando a ampliação de pessoal qualificado no Estado e na região; Geração de multiplicadores em atividades de ensino e pesquisa na área saúde e afins para Alagoas; Desenvolvimento de trabalhos com ênfase na análise; e busca de Incentivo à produção e divulgação de conhecimento que permita a melhoria da qualidade de vida e saúde da população.