Universidades buscam apoio do Mapa para programas de melhoramento da cana-de-açúcar
Gestores e pesquisadores participaram da reunião onde foi solicitada integração maior entre Ministério e universidades integrantes da Ridesa
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Reitores das universidades federais e coordenadores dos programas de melhoramento genético da cana-de-açúcar integrantes da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroenergético (Ridesa) foram recebidos pelo secretário-executivo do Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Marcos Montes Cordeiro, nessa terça-feira (26), em Brasília.
A reitora da Ufal, Valéria Correia, e o coordenador do Programa de Melhoramento Genético da Cana-de-açúcar (PMGCA) do Centro de Ciências Agrárias (Ceca), professor Geraldo Veríssimo, estiveram presentes representando a instituição alagoana que faz parte da Ridesa.
Durante a reunião, o coordenador do PMGCA da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), professor Hermann Hoffmann, fez uma apresentação sobre a Rede, as ações no desenvolvimento de melhoramento genético da cana-de-açúcar e as variedades RB (República do Brasil), produzidas pelas universidades federais integrantes da Ridesa, que ocupam 66% da área dos canaviais do país.
“Foi solicitada uma integração maior entre o Mapa e a Ridesa, principalmente, no que diz respeito a recursos para continuidade das pesquisas feitas pelas universidades federais”, relata o professor Geraldo Veríssimo. Ainda de acordo com o docente da Ufal, “apresentou-se a elaboração e execução de um curso de residência agronômica canavieira, o qual o Ministério já tem feito com a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro”. Pela proposta, informa o docente, “cada universidade integrante da Ridesa teria esse curso de capacitação de engenheiro agrônomo formado para que trabalhasse na área canavieira junto ao Mapa”.
Outro ponto abordado na reunião foi a solicitação de uma maior fiscalização do Mapa no uso de cultivares RBs protegidas. “Existe a lei de proteção de cultivares, da qual é responsabilidade do Ministério fiscalizar o uso devido de sementes e mudas para todas culturas”, informa Veríssimo. “Pedimos uma maior inserção na fiscalização no uso de cultivares RBs protegidas, por causa do plantio, cultivo e colheita desses cultivares pelas empresas. O Mapa ficou de ter maior atuação em todos os estados, a exemplo do que está acontecendo aqui no estado de Alagoas”, informou.
Além da reitora Valéria Correia, representando a Ufal, também estiveram presentes na reunião os reitores das universidades federais de Goiás (UFG), Edward Madureira Brasil, que também é o coordenador-geral da Ridesa; da Rural do Rio de Janeiro (UFFRJ), Ricardo Luiz Louro Berbara; do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca; de São Carlos (UFSCar), Wanda Hoffmann; de Mato Grosso (UFMT), Myrian Thereza Serra; e da Rural de Pernambuco (UFRPE), Maria José de Sena, além de sete coordenadores dos programas de melhoramento genético de cana-de-açúcar de cada universidade da Rede e quatro diretores do Mapa.
“A reunião foi muito proveitosa. A equipe do Mapa ficou contente com a visita dos reitores e professores coordenadores dos programas das universidades federais e manifestou o interesse de promover uma maior integração, dar continuidade as propostas e fazer um trabalho bom conjuntamente”, destacou o professor Geraldo Veríssimo.
A importância da Ufal na Ridesa
Segundo o professor Geraldo Veríssimo, a Ridesa é uma rede de dez universidades federais que cuida da pesquisa em melhoramento genético da cana-de-açúcar no Brasil. Ainda de acordo com o docente, o trabalho teve origem em 1990, com absorção das estruturas físicas, dos recursos humanos e tecnologias do extinto Planalsucar (Programa Nacional de Melhoramento da Cana-de-açúcar). “As variedades RBs de cana-de-açúcar, graças ao empenho, dedicação e competência da equipe de pesquisadores dessas universidades, ocupam hoje, no ano de 2018 e 2019, 66% dos canaviais do Brasil”, destaca o coordenador do PMGCA do Ceca Ufal.
Professor Veríssimo ressalta que a Ufal “tem grande importância na Ridesa, pois é aqui na Serra do Ouro, uma estação experimental do Ceca, coordenada pela equipe do Programa de Melhoramento Genético de Cana-de-açúcar, que é realizado todos os cruzamentos genéticos”. Ainda de acordo com o professor, o PMGCA do Ceca “tem um banco de germoplasma com três mil acessos, ou seja, três mil tipos diferentes de cana-de-açúcar”, destaca. “Daí, são feitos os cruzamentos genéticos e distribuídas as sementes que vão originar as variedades RBs. O Programa de Melhoramento da Ufal distribui para todas as universidades da Ridesa as sementes que depois resultam em produções e seleções das variedades RBs dos canaviais do Brasil”, afirma.
O docente ainda explica que as variedades são desenvolvidas por meio de melhoramento, depois selecionadas, recomendadas e liberadas para o produtor. “Desde o começo do Planalsucar até a Ridesa, já foram recomendadas 110 variedades RBs. O Ceca já liberou 28 variedades RBs. Dessas, 22 são protegidas e patenteadas pelo Mapa e só podem ser utilizadas com autorização da Ufal”, informa o docente.
A reitora, Valéria Correia, ressaltou a importância da participação da Ufal na Ridesa e a atuação do docente Geraldo Veríssimo nos trabalhos da rede. “A Ufal, através do trabalho desenvolvido pelos pesquisadores do Ceca na estação de experimento, localizada na serra do ouro, tem um grande destaque na Ridesa. O professor Geraldo Verissimo tem desempenhado papel de destaque na rede. Sua participação na reunião no MAPA foi relevante para os esclarecimentos sobre a atuação da Ridesa”, finalizou.