Alunos e professores realizam intervenção sobre cuidados com os idosos

Parceria entre grupo de pesquisa e projeto de extensão promoveu ação dentro da Ufal

Por Paulo Canuto - estudante de Jornalismo
- Atualizado em
GPMI na ação de conscientização para respeito aos idosos
GPMI na ação de conscientização para respeito aos idosos

O Grupo de Pesquisa Multiprofissional sobre a Pessoa Idosa (GPMI) da Ufal promoveu uma intervenção no campus em Maceió com encenações para conscientizar os motoristas sobre respeito aos idosos. A atividade é uma parceria com o projeto de extensão Universidade Aberta à Terceira Idade, os alunos de teatro Saulo Porfírio, a Pró-reitoria de Extensão (Proex)  e os alunos do curso de Serviço Social.

A intervenção foi realizada na última terça-feira (11) , idealizada pelo GPMI, coordenado pela professora de Enfermagem Elizabeth Moura Soares, que está à frente do projeto desde 2014. De acordo com os organizadores, a ideia da ação foi promover a conscientização da comunidade universitária sobre a importância dos cuidados com a pessoa idosa.

A atividade extensionista foi em alusão ao Dia Mundial de Conscientização da Violência, comemorado em 15 de junho desde 2006, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu a data. “Uma das reclamações dos nossos idosos da Unati é que eles sofrem muito dessas violências no ônibus e, por isso, nós juntamos os idosos, o pessoal do teatro, Proex, estudante de Jornalismo, Serviço Social, membros GPMI, e Associação Nacional de Gerontologia Seção Alagoas para fazer esse ato aqui dentro da Ufal, para tentar conscientizar as pessoas” conta Elizabeth Soares.

A intervenção

A primeira parte do ato foi a dramatização de cenas do cotidiano de uma pessoa idosa, como atravessar a rua, por exemplo. Um dos idosos participantes da Unati, com uso de um andador, atravessava a rua algumas vezes para ver a reação dos motoristas, se iriam parar ou reclamar pela demora. Na grande maioria, todos pararam e aguardaram pacientemente o percurso do idoso que estava atuando. Nesses casos, eles foram saudados com palmas pelos organizadores e, em seguida, receberam panfletos com informações sobre o tema. Durante a ação, também houve registros de condutores que  não respeitaram.

A segunda parte foi uma encenação de um idoso dentro de um ônibus. Usando pessoas como cadeiras, o grupo simulou o constrangimento que o idoso sofre ao requerer um assento. Muitos curiosos observavam dos pontos de ônibus, mas a equipe conta que a mensagem passada foi claramente compreendida.

Ao fim da atividade o grupo realizou panfletagem e uma pequena caminhada expondo faixas e promovendo um “apitaço” para chamar a atenção das pessoas. Os participantes seguiram para o Instituto de Educação Física e Esporte (Iefe), onde se reuniram para uma avaliação geral da intervenção.

A estudante do 7º período de licenciatura em Teatro da Ufal, Eliane, aos 62 anos de idade, fez uma avaliação pessoal da ação. “A falta de respeito dentro do ônibus causa um mal estar para a pessoa idosa porque às vezes tem que estar pedindo para sentar e, muitas outras, não pedem e vão em pé. Esse ato foi muito importante, pois várias pessoas aplaudiram e entenderam a mensagem de respeito ao idoso, é tudo uma questão de consciência mesmo”, desabafou.

A professora Elizabeth contou um pouco do que viu no ato e as perspectivas futuras. “O que nós queremos, o que o grupo vislumbra e nós atingimos um pouco, já que se trata de ‘uma gotinha no oceano’ foi mostrar para a comunidade universitária que a pessoa idosa precisa ser respeitada em todas as instâncias. Como nós estamos dentro da Ufal, o ato foi aqui dentro, mas ele terá desdobramentos, serão enviadas cartas para as empresas de ônibus que têm rota dentro da Ufal tratando desse respeito à pessoa idosa. Por mais que alguns ainda tenham parado para nos ouvir, muitos deles não quiseram e essa cultura do desrespeito precisa ser quebrada”, finaliza a coordenadora.