HU realiza mais de 490 cirurgias bariátricas em 17 anos

Programa de Cirurgia Bariátrica do HU é referência no estado de Alagoas

Por Taciana Gacelin - Jornalista colaboradora
- Atualizado em
Equipe multidisciplinar que atende no programa do HU
Equipe multidisciplinar que atende no programa do HU

O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (Hupaa), instituição gerenciada pela rede Ebserh, realizou, no dia 10 de junho, a 492ª cirurgia bariátrica. O procedimento é utilizado em caso de indivíduos com Índice de Massa Corporal (IMC) muito alto, maior que 35 Kg/m². Com equipe multiprofissional, formada por médicos, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, educadora física, assistente social e enfermeiros, o Programa de Cirurgia Bariátrica do HU, criado em 2002, referência em Alagoas, é o único do Estado que faz esse tratamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Segundo Anderson Cavalcante, cirurgião geral, a realização da cirurgia é benéfica para a melhoria da qualidade de vida do paciente, proporcionando que o indivíduo modifique o estilo de vida, deixando, por exemplo, de ter que usar certos medicamentos. O médico explica que pessoas obesas, geralmente, adquirem doenças decorrentes do quadro, como diabetes e hipertensão, buscando, na maioria das vezes, os remédios para tratamento nos postos de saúde. Cavalcante avalia o procedimento cirúrgico também pela via do custo-benefício para o Estado. “Quando o paciente faz a cirurgia, ele solicita menos os serviços públicos, o que é bom também para os recursos financeiros do Estado”, frisa.

A assistente social do HU, Angélica Crispim, afirma que a relevância do Programa “reside em possibilitar que pessoas que sofrem com as marcas sociais e psíquicas que a obesidade impõe possam refazer as suas vidas”.  Sobre os ganhos de ter uma equipe multiprofissional no Hospital, de acordo com a psicóloga Leila Costa, proporcionar um tratamento integrado aos pacientes é importante para o processo de mudança de hábitos. “Às vezes o paciente tem conhecimento sobre o seu quadro, mas não tem, por exemplo, um equilíbrio emocional”, pontua. Desse modo, Leila Costa reafirma que profissionais trabalhando em grupo são fundamentais para que o acompanhamento seja adequado.

Caso 489º - Paciente impossibilitado de andar

Por conta do nível da obesidade, o que impossibilita o paciente de codinome Manoel, 62 anos, de levantar da cama, ele não pode ser pesado. Mas, estima-se que, antes do procedimento, estava com cerca de 140kg, o que configura obesidade nível 3. Manoel ainda está em acompanhamento pós-cirúrgico e, por isso, necessita ter a identidade preservada. Ele era um homem ativo; já trabalhou na roça, em fábrica de tecidos e exerceu atividades de comerciante.

Como consequências do excesso de gordura, perdeu o movimento das pernas, adquiriu problemas nos rins, nas articulações e na coluna. O paciente do HU contou que, antigamente, ele comia muitos doces e ingeria refrigerante em excesso. Hoje, o sonho dele é voltar a andar. “Agora, eu quero caminhar, andar pelo mundo”, afirma.

Para que uma pessoa tenha acesso ao Programa de Cirurgia Bariátrica do Hospital Universitário, é necessário que um médico do posto de saúde afirme a real necessidade para a realização da cirurgia. Após a recomendação, o paciente é avaliado na instituição, passa por acompanhamento com profissionais de áreas distintas e, posteriormente, realiza a cirurgia.