Pesquisa aponta mudanças na área de design para educação no Brasil
Trabalho foi publicado no livro 'Inovações radicais na educação brasileira'
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A professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) e coordenadora do curso de Design da Ufal, Thaisa Sampaio Sarmento, publicou recentemente uma pesquisa na área de Design e Educação. Com o título Diretrizes em Design para requalificação de salas de aula: adequações à prática do ensino híbrido, o estudo foi publicado no livro Inovações Radicais na Educação Brasileira, pela Editora Penso.
O capítulo realiza uma abordagem contemporânea da relação entre o espaço e a aprendizagem e aponta contribuições em design para solucionar questões de inadequação dos ambientes nas escolas públicas brasileiras.
No estudo em questão, o modelo de aprendizagem é centrado no estudante como forma de torná-lo ativo por meio de um ensino facilitado compatível com o comportamento da juventude.
Baseado em estudos de Arquitetura escolar de autores como Nair, Fielding e Lackney (2013), Kowaltowski (2011), Tibúrcio (2005, 2008) e Guidalli (2012), a autora apontou que com as formas dos ambientes mais dinâmicas e coloridas; transparência e conexão entre ambientes internos e externos; mobiliário confortável, leve e ergonômico adaptado às atividades; áreas de estudo, trabalho e convivência em grupo ao ar livre são tendências que proporcionam sentimentos de boas vindas e de acolhida, familiaridade, segurança, acessibilidade e transparência como forma de aperfeiçoamento das múltiplas atividades de aprendizagem.
A pesquisa faz parte da tese de doutorado de Thaisa, sob orientação dos professores Alex Sandro Gomes, do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), e Vilma Villarouco, da Pós-graduação em Design (UFPE) e da pós em Arquitetura, Urbanismo e Design na Universidade Federal do Ceará (UFC), coautores do capítulo.
De acordo com a professora Thaisa Sarmento, o estudo utilizou uma triangulação metodológica inovadora, entre o método de Design Science Research e métodos de avaliação e de projeto ergonômicos para o ambiente construído.
Os autores discutem a inserção de novas tecnologias que possam contribuir com o processo de ensino e aprendizagem, numa visão de renovação para o ensino híbrido, ou seja, aquele em que as novas tecnologias digitais estão integradas às atividades de aprendizagem. Assim, foram detalhados os conceitos projetuais e os parâmetros para o ambiente construído, as condições de conforto, o layout e mobiliário e o uso de tecnologias digitais em sala de aula.
Ainda segundo a autora, a pesquisa é a mais recente no campo Design e Educação em Alagoas e a única no Nordeste a ser publicada no livro, que realiza um estudo aprofundado das condições dos ambientes de aprendizagem em escolas públicas e aponta mudanças necessárias para atualizar os espaços escolares, a fim de que estejam alinhados com as inovações pedagógicas e tecnológicas em educação brasileira.
Inovações Radicais na Educação Brasileira faz parte da série Tecnologia e Inovação na Educação Brasileira, idealizada por Paulo Blikstein, professor da Columbia University (EUA) e diretor do Transformative Learning Technologies Lab e Senior Fellow no Lemann Center for Educational Entrepreneurship and Innovation in Brazil, da Stanford University (EUA) almejando mapear e divulgar pesquisas, implementações e práticas bem-sucedidas em inovação e tecnologia educacional no Brasil.
Ele reúne fundamentos teórico-práticos de inovação educativa, experiências in loco de escolas inovadoras no Brasil, experiências docentes e discentes em contextos tradicionais, na tentativa de implementar inovações radicais em ambientes convencionais. Além disso, tem o objetivo de convidar o leitor a refletir sobre o tema da inovação educacional, para que seja disseminada a inspiração para transformar a educação no Brasil.