Ufal debate princípios do SUS em Fórum Popular
Atividade que faz parte do Eixo Saúde contou com a presença da reitora Valéria Correia
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Entre as atividades do Fórum Popular da Ufal, foi promovido o debate Saúde e democracia: reafirmando os princípios do SUS. A atividade fez parte do Eixo Saúde e foi realizada no auditório da Faculdade de Medicina (Famed) da Universidade Federal de Alagoas, no Campus A.C Simões.
A mesa redonda foi mediada pela professora Maria Edna Bezerra da Famed e contou com a participação da reitora Valéria Correia e as professoras Maria Inês Brito da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Lenira Almeida (Ufal).
Durante o debate, foram discutidas a importância da articulação dos movimentos sociais no combate a submissão do Sistema Único de Saúde (SUS) à iniciativa privada, e a importância de conhecer a Política Nacional de Saúde e participar ativamente dos processos que visam consolidar o SUS.
“O momento que estamos vivendo hoje é de desmonte do Sistema Único de Saúde, então, a importância dessa mesa hoje e desse grande debate é dizer que o SUS é um patrimônio do povo e um direito constitucional que está sendo aos poucos desmontado. Vários setores interessados apenas no lucro vêm minando o SUS por dentro do próprio SUS, então, essa é uma mesa de defesa do direito à saúde que é tão importante para a população alagoana e para a população brasileira”, ressaltou a reitora Valéria Correia, destacando que o sistema que atende quase 80% da população brasileira e mais de 90% da população alagoana, no meio acadêmico.
Para a aluna do segundo período do curso de Enfermagem, Letícia Tavares, é de extrema importância que essa discussão dê voz aos usuários do sistema, aos grupos e movimentos sociais e à comunidade acadêmica. “Esse é um debate importante não só para nós, universitários, que estamos aqui dentro do seio acadêmico, mas também porque ela é uma palestra aberta à população e a comunidade em geral. Isso é maravilhoso porque torna possível essa discussão da democracia da saúde como um direito e como parte constituinte da democracia indissociável que está em jogo agora”, disse.
As falas das professoras contemplaram as ameaças que o Sistema Único de Saúde enfrenta, a precarização dos trabalhadores e algumas vitórias recentes do sistema, como a descriminalização do aborto.
O Fórum em Defesa do SUS contra a privatização da saúde tem o objetivo de resgatar o que está posto na Constituição Nacional Brasileira, a saúde como um direito de todos e dever do Estado.
“Compreendemos saúde como resultado das condições de vida das pessoas e não apenas a ausência de doenças. O conceito ampliado de saúde inclui fatores condicionantes e determinantes do processo como moradia, emprego, renda, lazer, transporte, acesso a terra. São vários elementos que, em conjunto, propiciam que as pessoas tenham saúde. Não é deixar o cidadão e as coletividades abandonados, sem condições dignas de vida e sujeitos ao adoecimento, sofrimento e morte desnecessárias, só chegando ao serviço de saúde por meio da média e alta complexidade, quando a doença já está instalada. Essa é a lógica que o Sistema Público de Saúde quer superar. 70% das necessidades de saúde das pessoas podem e devem ser resolvidas ao nível da atenção primária, com ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e, não necessariamente, esperar que as pessoas adoeçam, quando submetidas às condições precárias de vida e de trabalho, favorecendo a ideia de saúde como negócio em oposição à saúde como direito ao cidadão. Essa é a nossa luta”, esclarece a professora Lenira Almeida.