Ufal participará de programa de apoio a jovens e adolescentes
Alagoas é um dos cinco estados a receber a proposta do Ministério da Cidadania para implantar o projeto piloto
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Uma equipe administrativa da Universidade Federal de Alagoas se reuniu, na última quarta-feira (24), com a coordenadora geral de Proteção Social de Jovens e Adolescentes, Roselita Cosmo de Sousa Sales para discutir a implantação de uma Estratégia Nacional de Desenvolvimento Humano de Jovens e Adolescentes. O grupo acolheu positivamente a realização do programa que visa construir oportunidades para mulheres jovens em situação vulnerável.
A partir de um diagnóstico desenvolvido pelo Departamento de Atenção à Juventude e à Adolescência do Ministério da Cidadania, voltado para a análise da situação de jovens inseridos no CadÚnico, foi constatada a presença de 78 milhões de pessoas cadastradas no sistema. O objetivo é identificar todas as famílias de baixa renda existentes no país para fins de inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda e, desses, 68% são mulheres.
“O diagnóstico apontou que dentro dessa faixa etária estão as jovens que não trabalham, nem estudam e nem tem perspectiva de vida. O próprio Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) vem chamando essas pessoas de nem-nem-nem ou então, de pessoas que estão desalentadas por não conseguir um espaço. O diagnóstico traz também uma análise de que não são pessoas que não querem ocupações, na realidade, elas estão cuidando de alguém, ou da criança ou do idoso ou de um deficiente, ou então, estão sem oportunidades”, esclarece Roselita Sales.
De acordo com a coordenadora geral de Proteção Social de Jovens e Adolescentes, o Departamento de Atenção à Juventude e à Adolescência foi instituído em 2015 com a missão de construir propostas de desenvolvimento humano de adolescentes e jovens de 15 a 29 anos baseado em dois marcos legais: os estatutos da Criança e do Adolescente, e o da Juventude.
“O Ministro da Cidadania passou para o nosso departamento a missão de pensar em uma estratégia que pudesse construir oportunidades para esses jovens e o departamento se debruçou a pensar em eixos que pudessem compor o programa progredir - um programa de qualificação e inclusão produtiva. Nós passamos um tempo desenhando e imaginamos os eixos a partir de pesquisas em programas no Canadá que trabalham com mulheres adultas vulneráveis e também trabalhamos com referenciais teóricos que abordam a ausência de projetos de vida”, conta Roselita Sales.
Ainda segundo a coordenadora, os dois eixos pensados para este programa seriam um espaço de aprendizado e qualificação e um espaço de ludicidade disponibilizada para as crianças em responsabilidade da jovem.
O Departamento de Atenção à Juventude e à Adolescência traz para a Universidade Federal de Alagoas, enquanto agente formadora, a possibilidade de construir em consonância a metodologia do programa. A Ufal é uma das cinco universidades do país que participarão da iniciativa.
“A expectativa da gente é que isso seja um piloto nas cinco regiões do país, começando em Amazonas, Alagoas, Rio Grande do Sul, Goiás e Rio de Janeiro. Fizemos contato com todos, olhamos todo o trabalho que as universidades têm com a juventude, toda a expertise, todo o cabedal de construção que ela fez ao longo da sua história para que a gente pudesse procurar as universidades e convidá-las a participar desse momento com a gente. Agora que eu recebi o aceite, fiquei bem feliz e vou voltar a Brasília com essa possibilidade para que a gente possa construir a quatro mãos essa estratégia. É uma estratégia de desenvolvimento humano de jovens e adolescentes para a sua realidade, o seu território para seus projetos de vida e a construção de uma oportunidade. Se a jovem quiser se qualificar, ela vai, se ela quiser empreender, ela vai, se ela quiser criar uma associação, ela vai. É uma possibilidade que estamos dando a elas”, frisou Roselita.
“Os locais de formação podem acontecer, a princípio, nos Centros de Artes e Esportes Unificados (CEUs) chamados de Estação Cidadania, mas aqui em Alagoas, a Universidade faz uma proposta diferenciada para também disponibilizar o espaço a partir de seus laboratórios. Então, fiquei bem feliz e levo também esse fator na perspectiva de uma construção e estruturação. Em breve, a gente vai manter um contato para estabelecer o programa”, finalizou a coordenadora.