Hospital Universitário da Ufal comemora 47 anos com superação e aprimoramento
Equipe está empenhada em retribuir à sociedade toda confiança no trabalho de atendimento e formação
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Um grande desfaio foi posto e ele se mostrou pronto! O Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Universidade Federal de Alagoas, que integra a rede Ebserh –Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares–, chegou aos 47 anos com a missão de se reerguer e abrir as portas para enfrentar a pandemia da covid-19. A equipe de pesquisadores e laboratórios ficou à disposição das autoridades de saúde e uma estrutura exclusiva foi montada para atender aos pacientes graves, contaminados com o novo coronavírus.
“O Hospital Universitário, que no mês de janeiro provavelmente fecharia as portas por falta de lençol, conseguiu sair da situação de sucateado, se reorganizar e se colocar de novo nos trilhos. Felizmente nós temos uma equipe de gestão muito boa, atrelada a uma equipe técnica fantástica, que permitiu que a gente construísse a única unidade covid com diferença de pressão do Nordeste, em menos de dois meses, e isso ajudou no sistema todo de saúde do Estado, o que deu excelência no atendimento e nos índices de recuperação de pessoas”, ressaltou o reitor da Ufal, Josealdo Tonholo, lembrando que a pandemia uniu e fortaleceu os que fazem parte do HU.
Neste 15 de outubro, aniversário do Hospital, os gestores comemoram o sucesso, mesmo em um ano atípico, e a trajetória de décadas construída com muito trabalho. “Apesar do contexto de pandemia, precisamos celebrar por ser um hospital referência em várias áreas, cem por cento SUS, prestar assistência humanizada e ser responsável pela formação de milhares de profissionais”, destacou o superintendente, Célio Rodrigues.
Esse é o sentido da história que começou em 1950, com a proposta da construção do Hospital Universitário, concluída em 1992, e que seria ligado à então Faculdade de Medicina. Em seguida, com a integração da Famed à Ufal, o HU se tornou um complexo de mais de 30 mil metros quadrados à disposição da população alagoana.
Uma das personagens dessa história, quando o HU ainda era um sonho, é a enfermeira Bárbara Allen, que chegou à Maceió em 1973, junto com o navio do projeto Hope. A embarcação havia sido utilizada durante a Segunda Guerra Mundial, e trouxe uma equipe da área de Saúde, que incluía médicos, dentistas, enfermeiras e técnicos norte-americanos. Bárbara foi a única que não voltou para os Estados Unidos e se tornou peça fundamental para a abertura do HU naquele ano e a criação do curso de Enfermagem.
“Seguindo a filosofia do doutor William Walsh, o fundador do Projeto Hope: ‘Nós nos Estados Unidos não temos a obrigação de cuidar do mundo. Mas devido às bênçãos que recebemos, temos a obrigação de ajudar o mundo a cuidar de si’. E esta também foi a filosofia do Projeto SS Hope”, mencionou Bárbara sobre o propósito que iniciou a consolidação de um hospital de referência.
Organizar para atender bem
Para realizar um atendimento de qualidade e totalmente gratuito para a população de Alagoas, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), os 1.500 servidores e prestadores de serviço do HU são liderados por gestores que, além de depositar toda a experiência, acreditam no papel que exercem.
“Pensamos na grande dívida financeira assumida e nos inúmeros problemas infraestruturais. Como investir em um cenário de deficit orçamentário? Como otimizar todos os encaminhamentos anteriores já implantados até então? Como criar condições mínimas aos trabalhadores e usuários, diante de uma realidade, posta ao longo dos seus 47 anos, que foi a ampliação contínua dos serviços e do ensino, pesquisa e extensão?”, lembrou Anderson Barros, refletindo sobre as angústias de quando assumiu a gerência Administrativa do HU. Mas ele sabia a resposta a todos esses questionamentos: “O tamanho do desafio é o tamanho da motivação da nossa equipe”.
E se tem adversidade, tem quem ‘arregace as mangas’ para entregar mais qualidade pelo bem da população. A saúde financeira do hospital tem tudo a ver com isso. “O desafio é realinhar os custos de contratos, otimizar o uso dos recursos públicos e equilibrar as contas. Chegamos num momento onde o hospital padecia com uma dívida enorme, fruto de decisões políticas equivocadas que levaram o HU ao isolamento frente à Rede. Chegamos com o entendimento de alinhar o Hospital com os diversos parceiros institucionais, principalmente a Ebserh, que não tem medido esforços em subsidiar o Hospital de todo o necessário para um funcionamento eficiente e ajustado à sua missão”, ressaltou Rodolfo Ferreira, da Divisão Administrativa Financeira do HU.
Uma rede que ajuda e ensina
Antes da pandemia, o Hospital Universitário fazia em torno de 27 mil procedimentos por mês. Em 2019, a cada 30 dias, o número de atendimentos equivalia a 1% da população alagoana. O HU é referência em alta complexidade e possui tecnologia de ponta nas áreas Obstétrica de Alto Risco, UTI Adulta e Neonatal, Videocirurgias, Nefrologia, Quimioterapia, Gastroplastia, Neurocirurgia e Oncologia, por meio do Centro de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon), onde pacientes de Maceió e do interior recebem tratamento ambulatorial e cirúrgico contra todos os tipos de câncer.
No meio dessa equipe capacitada, há uma escola em plena formação. O Hospital Universitário é campo de estágio em várias áreas do conhecimento e a Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP) está realizando um trabalho de ordenamento jurídico e reestruturação do espaço.
“Estamos trabalhando sobre duas vertentes, em particular, que é fazer a estruturação física adequada para um melhor acolhimento, mas, sobretudo, criar condições de permanência e de construção coletiva das unidades de ensino, pesquisa e inovação para que essas ações possam, efetivamente, acontecer no nosso hospital”, reforçou o professor Eurico Lobo, gerente de Ensino e Pesquisa do HU.
Destaque nacional
Entre um espaço de formação e um local de esperança existe também um lugar de reconhecimento e gratidão. As respostas métricas foram constatadas numa pesquisa realizada pela Controladoria-Geral da União (CGU), que colocou o HU em posição de destaque nacional. Dentre outras 13 instituições que registraram elogios pela plataforma FalaBR, sistema integrado de Ouvidoria e Acesso à Informação do Governo Federal. O HU da Ufal foi o primeiro lugar no ranking de menções positivas.
O HU é o mais lembrado e um símbolo de orgulho para Alagoas. “Parabéns a todos os nossos colaboradores, sejam servidores RJU [Regime Jurídico Único], sejam Ebserh, sejam os nossos prestadores de serviço como um todo. E mais, parabéns à sociedade alagoana por acreditar no nosso equipamento de saúde como prestador de um serviço de qualidade”, enalteceu a vice-reitora da Ufal, Eliane Cavalcanti.
Ações de comemoração
Para lembrar os 47 anos do Hospital Universitário, a Assessoria de Comunicação (Ascom) da Ufal recebeu a missão de criar um selo comemorativo, imprimindo na peça gráfica algumas das marcas mais importantes. “A ideia do selo foi unir a imagem da cruz, que representa a saúde, e a própria logo do HU, junto com os 47 anos. Assim, as duas formas se mesclam. E, também, usar um dourado representando a celebração do aniversário”, explicou o designer da Ascom, Daniel Aubert, responsável pela criação e execução do selo.
Ainda num contexto de pandemia, a equipe do Hospital Universitário vai seguir todos os protocolos de segurança para realizar as comemorações nesta quinta-feira (15). A partir das 10h, haverá homenagens aos trabalhadores do HU, exposições, e aferição de glicemia e pressão para os colaboradores.