Núcleo de Acessibilidade da Ufal auxilia alunos e professores no PLE

Solicitações de serviços e equipamentos devem ser feitas por formulário eletrônico

Por Manuella Soares - jornalista
- Atualizado em
Jean Bernardo, coordenar do NAC
Jean Bernardo, coordenar do NAC

Acolher e integrar são os principais objetivos da Ufal que iniciou o Período Letivo Excepcional (PLE) desde o último dia 13 de outubro. São cerca de 16,3 mil estudantes matriculados nas 2,4 mil disciplinas ofertadas pelos professores dos quatro campi para o PLE. E entre a comunidade acadêmica existem pessoas com necessidades especiais que precisam de suporte para participar das aulas e estudar em casa. É onde entra o Núcleo de Acessibilidade (NAC) da Pró-reitoria Estudantil (Proest), que dá apoio aos surdos e cegos da Ufal.

“Neste PLE, o NAC tem trabalhado constantemente para agilizar a solicitação de serviços e garantir que as demandas sejam atendidas de maneira rápida e eficiente”, destacou o coordenador, Jean Bernardo.

Um dos estudantes apoiados pelo NAC é Felipe Neves, aluno do 2º período do curso de Letras-Espanhol. Ele é cego total e desde que ingressou na Universidade já conta com os serviços do Núcleo.

"Eu só tinha como recurso o celular, então o NAC foi muito presente fazendo adaptações de arquivos de texto, deixando em formato mais acessível para o leitor de tela e transformava PDFs em audiobook. Foram muito atenciosos no sentido de vozes -qual a preferência, a velocidade, como eu queria- , e disponibilizando bolsistas sempre que necessário", contou, ressaltando que com esse suporte ganhou mais autonomia para os estudos e até diminuiu a demanda de necessidades para o PLE.

A missão de desenvolver recursos e disponibilizar equipamentos e serviços pela igualdade de oportunidades aos estudantes com deficiência na Ufal tem feito a equipe do NAC se dedicar, também, às novas formas de ensino.

Nesse período, aumentou a procura por reuniões com representantes dos cursos de graduação para explicar os serviços oferecidos que podem auxiliar os professores e os discentes. E para facilitar o contato, o Núcleo criou um formulário de solicitação, que é encaminhado e respondido conforme as demandas.

Dentre as possibilidades estão apoio educacional e do serviço social; cursos e eventos sobre a inclusão na educação superior; ledor e transcritor; além de adaptação de materiais acadêmicos, que contempla correção, reformatação ou conversão de textos digitalizados para áudio.

De acordo com Jean, os empréstimos de equipamentos de Tecnologia Assistiva, como lupa eletrônica portátil, gravador de voz, tablet, entre outros, devem ser feitos mediante agendamento. Confira aqui como fazer cada solicitação.

https://ufal.br/estudante/assistencia-estudantil/nucleo-de-acessibilidade

Arapiraca mais acessível

O Campus Arapiraca da Ufal também conta com serviços do Núcleo de Acessibilidade. A equipe reafirma o compromisso com a comunidade acadêmica durante a pandemia de covid-19 e continua atendendo remotamente.

Professores e técnicos podem solicitar com antecedência interpretação em Libras para aulas e eventos, além de auxílio para dúvidas sobre acessibilidade. Já os estudantes que precisarem, contam com materiais, equipamentos, interpretação na Língua Brasileira de Sinais, suporte tecnológico e, especialmente, acolhimento personalizado com todo o apoio para a permanência do aluno na Universidade.

A equipe do NAC Arapiraca segue participando de cursos de capacitação e eventos on-line para melhorar a qualidade dos serviços e benefícios ao público alvo.

Mais informação e novos recursos

Desde o mês de julho, o NAC integra a Rede Brasileira de Estudos e Acervos Adaptados para Pessoas com Deficiência Visual (Rebeca). O princípio é a experiência de cooperação entre instituições públicas de ensino superior para desenvolver a oferta de material informacional acessível para pessoas com deficiência visual e estimular o intercâmbio efetivo de informações.

Na Rebeca, é possível realizar pesquisa nos acervos e repositórios das instituições participantes. O aluno com deficiência visual pode ter acesso à rede por meio do formulário do NAC, quando for agendado o acolhimento individualizado.

"Nessa reunião, os alunos ficam sabendo como recorrer ao NAC, perguntamos que tipo de serviço eles precisam e apresentamos a eles a rede Rebeca. Pedimos que cada aluno envie um laudo para ser inserido na rede. O laudo é necessário, pois só pessoas com deficiência podem ingressar, já que pessoas cegas e de baixa visão podem consumir materiais digitalizados sem infringir direitos autorais", explicou Jean.

Outra parceria importante que o Núcleo firmou foi com o Centro de Inclusão Digital (CID), disponibilizando três bolsistas para acompanhar as necessidades dos estudantes com deficiência para suportes tecnológicos. Todo o trabalho que o Núcleo faz enfrenta dificuldades orçamentárias, mas é sempre reconhecido por quem é beneficiado. E como reforça Jean, é por uma questão igualitária: "Nós não estamos aqui para ser um órgão assistencialista. Estamos aqui para garantir direitos".