Professores da Ufal estão entre os 2% mais influentes do mundo

Três docentes aparecem nos rankings dos mais citados em 2019 e ao longo da carreira acadêmica

Por Manuella Soares - jornalista
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Mais uma vez a ciência produzida na Universidade Federal de Alagoas ganha projeção internacional. Três professores estão na lista dos cientistas mais influentes do mundo, de acordo com um estudo da Plos Biology. A revista publica anualmente um banco de dados de cientistas mostrando dois rankings: um sobre o impacto do pesquisador ao longo da carreira e outro específico do ano, neste caso, referente a 2019.

O professor do Instituto de Física (IF) da Ufal, Osvaldo Rosso, aparece nas duas listas. E os professores Glauber Silva, também do IF, e Richard Ladle, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS) estão entre os 2% mais influentes do mundo, com destaques nas suas respectivas subáreas.

Os critérios para avaliação dos dois rankings da revista estão relacionados à produção acadêmica dos professores. O documento completo, disponível aqui, explica que “são fornecidas métricas com e sem autocitações e proporção de citações para artigos citados. Os cientistas são classificados em 22 campos científicos e 176 subcampos”.

De 1973, quando ingressou na Universidad Nacional de La Plata, na Argentina, sua terra natal, para cursar a licenciatura em Física, até o segundo pós-doutorado, em 1992, Osvaldo concluiu a formação acadêmica passando por instituições na Alemanha, Itália, China e Austrália, e seguiu espalhando conhecimento pelo mundo. Em 2013 aportou na Ufal como pesquisador visitante, depois professor visitante, até se tornar adjunto, desde 2017, integrando o quadro docente da instituição no Programa de Pós-graduação em Física.

Todo o conteúdo produzido tem a qualidade refletida nos números do lattes. Revisor de 93 periódicos, Rosso possui 127 trabalhos publicados na plataforma Web of Science, com 5.170 citações; 180 na Scopus, com 6.267 citações e 315 em outras plataformas, acumulando mais de 9,2 mil referências ao seu nome.

“Me enche de orgulho ter recebido tal reconhecimento. Eu estava ciente de que meu trabalho como pesquisador havia atingido um alto nível de impacto - meu Hirch-index é H=42, mas nunca pensei que isso alcançaria tal grau de importância. De qualquer forma, acredito que este fator de impacto do meu trabalho como pesquisador é fruto de muitas colaborações que tive e mantenho com colegas do mundo inteiro, também com meus atuais colaboradores aqui na Ufal, como resultado de uma troca positiva de ideias e conversas, que muitas vezes foram refletidas em artigos comuns”, destacou Rosso.

O argentino que está formando mais gerações de pesquisadores na Ufal atua principalmente com análise de séries temporais, dinâmica não-linear, Teoria Wavelet, Teoria da Informação e suas aplicações às áreas da física, biologia, medicina e economia.

Com dois docentes do quadro do IF destacados nos rankings, o diretor Carlos Jacinto enalteceu: “Recebemos com muita alegria e satisfação a notícia de que os docentes do Instituto de Física constam na lista da Plos Biology. Esse é mais um reconhecimento da importância das pesquisas desenvolvidas por esses pesquisadores, pois, têm de fato influenciado outros mundo afora. Agradecemos imensamente as contribuições desses pesquisadores que fazem o nome do IF-Ufal ultrapassar fronteiras”.

Cientistas impactaram suas áreas em 2019

O professor Richard Ladle também foi importado para a Ufal. Natural da Inglaterra, graduou-se em Zoologia na Newcastle University e é doutor em Ecologia pela University of Oxford. Coordenador do Laboratório de Conservação no Século 21 (Lacos 21), é professor titular do ICBS, membro do corpo editorial em quatro periódicos e revisor em 24. Também contribui como revisor de projetos em agências de fomento e já recebeu dezenas de títulos e prêmios internacionais.

Só na Web of Science o professor tem 152 trabalhos publicados com 4.478 citações. Na plataforma Scopus possui 155 trabalhos com 4.920 citações e mais de 9,2 mil por 191 trabalhos cadastrados em outras plataformas científicas. Richard trabalha com conservação, biogeografia, teoria evolutiva, ecologia, compreensão pública da ciência ambiental, cultoronmics e desenvolvimento e turismo sustentável. Ele apareceu no ranking da Plos Biology por ser referência na subárea de Ecologia.

“Minha taxa de publicação aumentou enormemente nos últimos cinco anos, principalmente devido ao apoio fantástico do Dibict, o Programa de Pós-graduação em Diversidade Biológica e Conservação nos Trópicos, do ICBS, e as oportunidades proporcionadas pelo trabalho no projeto Peld-CCAL e projetos fomentados pela Fapeal e CNPq. A cada ano que passa, a ciência se torna mais colaborativa e meu sucesso é um reflexo de toda a minha equipe do Lacos21 e colaboradores na Ufal e ao redor do mundo”, conta Richard.

Já o jovem brasileiro Glauber Silva, professor da Ufal desde 2006, tem títulos de pós-doutor pelo Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicada (Impa) e no Mayo Clinic College of Medicine, dos Estados Unidos. A experiência acadêmica foi construída com passagens por universidades da Dinamarca, Reino Unido e França. Glauber é revisor de projetos em agências de fomento; revisor em 17 periódicos internacionais e o único brasileiro a atuar como editor associado da renomada revista IEEE Transactions on Ultrasonics, Ferroelectric and Frequency Control, editada pelo grupo IEEE nos Estados Unidos.

Coordenador do Grupo de Pesquisa em Acústica Física (GAF), o professor da Ufal está na lista dos 2% mais influentes do mundo pelo destaque na área de física e astronomia, subárea de acústicos e fluidos. Com seus trabalhos servindo de referência acadêmica pelo mundo todo, ele foi um dos cientistas mais citados em 2019.

“Foi uma agradável surpresa ter esse reconhecimento, aparecer nessa lista tão prestigiosa. Essa indicação reflete o trabalho que a gente vem desenvolvendo há anos na Ufal. É uma honra poder levar o nome da Ufal ao nível internacional. Eu fico muito feliz. Essa alegria eu compartilho com meus colaboradores, meus estudantes que têm se dedicado intensamente às atividades de pesquisa, mesmo durante a pandemia. Eu espero que mais colegas possam se juntar a essa lista para que a que gente tenha uma ciência cada vez melhor, de qualidade em Alagoas, mostrando ao mundo que a gente tem pessoas extremamente competentes que podem fazer a diferença no campo da ciência e da inovação”, destacou Glauber.