Maceió lidera avanço na transmissão da covid-19 em Alagoas

Observatório formado por pesquisadores da Ufal mostram sinais de descontrole e crescimento de casos no estado

Por Manuella Soares - jornalista
- Atualizado em
Crescimento da incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave nas últimas semanas em Alagoas
Crescimento da incidência de casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave nas últimas semanas em Alagoas

Enquanto muitos estão nas ruas, os pesquisadores da Ufal apontam para o descontrole na transmissão do novo Coronavírus em Alagoas. A 48ª Semana Epidemiológica (SE) avaliada pelo Observatório Alagoano de Políticas Públicas para o Enfrentamento da Covid-19 ratificou a tendência de alta sinalizada nas últimas semanas.

Segundo o documento, há um “forte avanço dos casos registrados” com aumento de 43% em relação ao período anterior. O coordenador do Observatório, professor Gabriel Bádue (Fanut/Ufal), apresenta um relatório semanal com dados importantes para monitoramento do poder público. O documento mostra que Maceió continua liderando a expansão do vírus, registrando aumento de 54% das notificações, com 477 novos casos de COVID-19 em Alagoas ao longo da última semana epidemiológica

E apesar dos óbitos se manterem numa tendência de queda, os pesquisadores avaliam que o avanço da doença pode mudar os números de mortes, já que a média móvel de novos casos também precisa ser decrescente.  “Considerando que as evidências de controle são verificadas a partir de um período mínimo de quatorze dias de queda nos números de casos e óbitos, entendemos que, ao final da 48ª SE, Alagoas apresenta sinais de descontrole da transmissão do novo Coronavírus, que poderá causar expansão de novos casos e óbitos por todo o Estado caso não haja uma reversão desse cenário”, explica o relatório.

Mesmo com as crescentes notificações e atendimentos nos hospitais, a ocupação dos leitos com respiradores, incluindo UTI, não variou muito ao longo da última semana, seguindo uma média de 36%. A redução na oferta dos leitos ainda não afetou o atendimento, aponta o Observatório. Mas, a preocupação é com a evolução do Número Reprodutivo Efetivo (𝑅𝑡), que desde o início da pandemia atingiu seu mínimo em 16 de outubro, quando o Rt foi de 0,60,e no dia 29 de novembro chegou a 1,22. Quando o número é maior que 1 já indica aumento na transmissão.