Parceria entre Ufal e Fundação Pierre Chalita salva acervo de Arte Sacra
Fundação vem recebendo apoio logístico da Ufal para o resgate do acervo museográfico
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O reitor Josealdo Tonholo reuniu-se recentemente com representantes da Fundação Pierre Chalita para discutir um futuro acordo de cooperação visando a realização de projetos de pesquisa e extensão, com participação do segmento acadêmico junto à instituição museográfica. A reunião também teve como finalidade prestar apoio e solidariedade à Fundação pelo ocorrido no dia 29 de fevereiro, quando o Museu de Arte Sacra Pierre Chalita, localizado em frente a Praça dos Martírios - Centro, pela deterioração, teve parte do teto desabada colocando em risco o seu acervo histórico e cultural.
Ao reforçar que a Ufal está colaborando com a Fundação Pierre Chalita, não apenas nesse momento de dificuldades, mas também para estabelecer compromisso de longo prazo envolvendo a comunidade universitária, Tonholo destacou que a instituição se sente solidária por ser o Museu de Arte Sacra um patrimônio do povo alagoano. “Somos apenas os guardiões desse patrimônio e temos a obrigação de zelar por ele, como também garantir que a população e os estudantes tenham acesso a essa cultura. Temos preocupação com o a falta de investimento e descaso que essa área vem passando no país, assim como falta de promoção e manutenção dos nossos equipamentos culturais”.
Pela Ufal, também participaram da reunião o coordenador de Ações Culturais, Sérgio Onofre, o diretor do Museu Théo Brandão de Antropologia e Folclore, Victor Sarmento e a diretora da Pinacoteca Universitária, Íris Danielle Tenório. Pela Fundação, estiveram presentes a museóloga Carmem Lúcia Dantas, José Lages Neto, Jean Pierre Chalita e o secretário Estadual de Comunicação Ênio Lins, representando o Governo do Estado.
O acervo do Museu de Arte Sacra está sendo removido para dois prédios da Fundação, localizados no bairro de Jaraguá e levará alguns dias para a conclusão do trabalho porque segue um planejamento estabelecido pela equipe envolvida. “A visita para conhecer a realidade in loco junto com a equipe técnica de museólogos para um futuro planejamento de intervenção, constituiu-se, num segundo momento das ações. A remoção para salvaguarda do acervo a Ufal disponibilizou, nesse primeiro momento, um caminhão-baú e recursos humanos”, frisou o coordenador cultural Sérgio Onofre que vem acompanhando a situação em andamento.
Memória e referência
Ao destacar a importância da Fundação Pierre Chalita como um dos importantes equipamentos culturais de Alagoas com projeção nacional, a museóloga Carmem Lúcia Dantas diz que o acervo congrega várias possibilidades de museus com diversas tipologias. As maiores coleções compreendem: arte sacra, mobiliário, filatelia, numismática, cristais e porcelanas, além da pinacoteca de quadros do próprio Chalita e de grandes nomes da pintura nacional.
“Na diversidade e na qualidade das peças está a importância da Fundação para Alagoas e para o Brasil. É um acervo rico em informações históricas e artísticas que documentam vários momentos da memória do país, indo do século XVIII à Arte Moderna”, diz . Uma referência na área, a museóloga foi diretora do Museu Théo Brandão de 1978 a 1986 e depois voltou ao cargo para coordenar o projeto de restauração do museu e de nova instalação, de 1999 a 2002.