Ufal cria Grupo de Trabalho sobre formação com tecnologias digitais
Equipe pensa estratégias para manter ensino e trabalho na Universidade com ações emergenciais; Carga horária online pode chegar a 40% nos cursos presenciais em médio prazo
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Uma situação atípica no mundo impôs ações imediatas em todos os setores. Com o intuito de proteger vidas, por causa da pandemia da covid-19, o isolamento social foi a orientação da Organização Mundial de Saúde. Na Ufal, em véspera de iniciar o ano letivo 2020.1, onde haveria reencontros, abraços e espaços que acolheriam sonhos e projetos, a circulação precisou ser restrita.
Desde o dia 19 de março o calendário acadêmico está suspenso e os quatro campi iniciaram um processo de mudanças nas formas de atividades e suporte à sua comunidade universitária. Para isso, foi criado o Grupo de Trabalho (GT): Educação Mediada por Tecnologias para discutir e promover ações de formação.
Integram o GT os gestores das pró-reitorias acadêmicas e órgãos de apoio da Ufal Amauri Barros (Prograd), Iraildes Assunção (Propep), Cezar Nonato (Proex), Alexandre Lima (Proest), José Geraldo Ribeiro (Cied) e Reinaldo Cabral (NTI). Servidores docentes e técnicos também fazem parte do grupo.
“Em um primeiro momento o GT vai promover a discussão e a articulação com os diversos órgãos da Ufal com vistas a subsidiar a produção do fomento e o planejamento que visam à implantação e à sistematização de ações educacionais mediadas por tecnologias digitais”, apontam os líderes.
Para desenvolver o trabalho, o GT foi subdivido nos grupos de Formação, Legislação e Logística, contando com especialistas de cada área para pensar em ações articuladas com os campi e unidades acadêmicas. GT-Formação é coordenado pela pedagoga Vera Santos (Prograd); o GT-Legislação, está sob o comando de Amauri Barros (Prograd); e à frente do GT-Logística está o professor Willamys Soares (Prograd), num trabalho colaborativo com os demais membros.
Educação conectada
Em médio prazo, a ideia é institucionalizar até 40% da carga horária nos cursos de graduação presenciais voltada à modalidade a distância, como prevê a Portaria MEC nº 2117, de 6 de dezembro de 2019. Mas ações imediatas já são tomadas pelo reitor Josealdo Tonholo com amparo do GT Educação Mediada por Tecnologias.
“O GT elaborou instrução normativa autorizando a realização de atividades complementares na modalidade a distância, durante o período de emergência e contingenciamento na Ufal devido à pandemia da covid-19, sem prejuízo da suspensão do calendário acadêmico”, explicou o pró-reitor Amauri Barros.
Com isso, os alunos poderão participar de minicursos, cursos livres, eventos, cursos de atualização; atuação em núcleos temáticos e em grupos de pesquisa; produção técnica ou científica; e publicação de trabalhos. De acordo com o documento, as atividades da graduação devem ser cadastradas na plataforma moodle, e as atividades da pós-graduação precisam ser cadastradas no Sigaa, para efeito de registro.
O grupo vai pensar em estratégias para executar atividades formativas por meio de acesso a cursos, webinar, lives, palestras e outras ações. De acordo com os membros do GT, várias destas atividades poderão, inclusive, contar como carga horária flexível na graduação ou como créditos na pós-graduação, a depender das orientações de cada unidade e colegiado de curso.
Um dos desafios desse processo é saber a realidade dos alunos sobre o acesso aos meios tecnológicos. Por isso, uma das ações já definida pelo GT é o mapeamento da situação dos discentes.
“Destaca-se a importância do conhecimento em novas ferramentas tecnológicas para que sejamos mais produtivos no mundo contemporâneo. Salienta-se que o calendário das aulas está suspenso, mas a Ufal não para. Estas ações estão regulamentadas e denotam o compromisso com a educação de todos”, ressaltou o professor Willamys Soares.
As turmas de pós-graduação da Ufal precisam considerar os prazos para conclusão dos cursos de mestrado e doutorado, especialmente devido à vigência das bolsas de estudo. A professora Iraildes Assunção explica que a interrupção total das atividades pode gerar grandes prejuízos, para tanto, vai agir na garantia do acesso às tecnologias para dar continuidade ao ensino.
“Normalmente turmas de disciplinas eletivas contam com poucos alunos, o que facilita a adoção do ensino a distância. Por outro lado, há turmas muito numerosas, que representam desafios maiores. Há ainda disciplinas que necessitam de muitas aulas práticas, seja no campo ou em laboratórios. Nesses casos, o caminho pode ser deslocar, quando possível, essas disciplinas para períodos mais posteriores do curso. A nossa principal preocupação é manter os estudantes motivados e engajados em uma rotina de estudos”, disse Assunção.
Trabalho e capacitação
Diante do isolamento social foi dada a opção que os servidores técnicos e docentes mantenham o trabalho de forma remota. As chefias imediatas adequaram as atividades para que os setores continuem exercendo suas funções sem prejuízo à administração pública e à sociedade.
Saiba mais aqui. (https://ufal.br/servidor/noticias/2020/4/consuni-regulamenta-assiduidade-dos-servidores-durante-pandemia-da-covid-19)
A formação continuada online desses profissionais também é uma questão levantada pelo Grupo de Trabalho para aproveitamento do período em casa. A Ufal já conta com vasta experiência qualificada na capacitação docente, por meio da Coordenadoria Institucional de Educação a Distância (Cied); do Programa de Formação Continuada em Docência do Ensino Superior (Proford/Prograd); e do Setor de Capacitação da Progep. Uma série de cursos foi sugerida recentemente para que os servidores busquem mais qualificação. Confira aqui.
(https://ufal.br/servidor/noticias/2020/3/progep-indica-cursos-online-para-capacitacao-do-servidor)
O GT elaborou um plano emergencial de formação docente, composto por vídeos tutoriais, cursos Moodle Básico e Avançado, Docência online, Design Educacional em AVA, Videoaula, Sigaa, dentre outros que já estão contemplados no cronograma do Proford.
De acordo com Vera Santos, da Prograd, o GT se articula com essas ações já desenvolvidas, obedecendo ao princípio de indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão. “Os desafios do grupo concentram-se na pluralidade da própria Universidade. São muitas as frentes de trabalho, mas o grupo é muito competente e está envolvido”, destacou, explicando que o empenho da equipe também está se valendo das novas tecnologias. As reuniões estão acontecendo de forma virtual, num cenário que virou comum em meio à pandemia, com pessoas conectadas através do computador para o mundo não parar.