Marinha agradece a Ufal pelo trabalho da força-tarefa do óleo em Alagoas
Reconhecimento motiva pesquisadores que continuam trabalho até 2021
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A natureza se renovou com a ajuda do homem e a Ufal deixa uma importante contribuição. O derramamento de óleo no litoral nordestino, em setembro do ano passado, causou estragos em várias praias e chegou à Alagoas, primeiro, em Japaratinga. A Universidade Federal de Alagoas montou uma força-tarefa desde o início para ajudar com seus pesquisadores em diferentes áreas. O trabalho, que continua até hoje, foi reconhecido pela Marinha do Brasil, por meio de carta oficial de agradecimento enviada ao reitor Josealdo Tonholo..
O documento assinado pelo comandante Alan Guimarães de Azevedo agradece os esforços de todos que atuaram no combate ao derramamento. “O ineditismo da situação exigiu a integração e coordenação de diferentes organizações e setores da sociedade. (...) Assim, a MB reconhece e agradece o apoio da Universidade Federal de Alagoas”, ressaltou.
A força-tarefa da Ufal conta com 29 pesquisadores sob a coordenação do professor Emerson Soares, que reforçou a importância do reconhecimento da Força Naval. “Isso ajuda a nos motivar a trabalhar mais. Em todos os problemas do nosso cotidiano, tem um pesquisador por trás. Foi assim em Mariana, em Brumadinho, foi assim no desastre do óleo, nas queimadas da Amazônia, está sendo assim agora na pandemias da covid. Então, por trás de todos esses problemas tem sempre pesquisadores trabalhando pra solucionar”, disse o professor do curso de Zootecnia.
A carta da Marinha destaca que a situação está caminhando para a normalidade e que as poucas localidades ainda afetadas pelo óleo, apresentam apenas vestígios do desastre. O comandante também enaltece a atuação de cada brasileiro que se esforçou, de forma voluntária, no trabalho de recolhimento e destinação adequada do material encontrado. “A dedicação de cada um mostra que, juntos, o Brasil é mais forte do que qualquer ameaça”, finalizou o documento, ressaltando que a união permanece e os recursos continuam sendo empregados para minimizar os impactos socioeconômicos e ambientais.
Atividades seguem até 2021
Logo nos primeiros vestígios de óleo no litoral alagoano a equipe da Ufal trabalha com coletas de amostras a cada dois meses. Emerson Soares conta que vários mergulhos foram feitos e uma grande expedição realizada para coletar organismos aquáticos e avaliar a qualidade da água, existência de metais pesados, análise do óleo e sua biorremediação, ou seja, a remoção de forma adequada.
O professor destaca o envolvimento de vários laboratórios da Ufal e unidades acadêmicas na cooperação do trabalho. “Foi um dos grupos bem tranquilos em trabalho, em execução e na rapidez em responder o que a sociedade nos cobrava, até porque a ciência não é imediata”, disse, lembrando que com uma equipe multidisciplinar foi possível, ainda, realizar estudos socioeconômicos, na cadeia de turismo e com os pescadores das regiões atingidas.
“A gente já tem um volume de informações interessantes sobre as condições do óleo aqui no litoral alagoano e também alguns efeitos que provocou no ambiente. Agora, a gente precisa continuar o trabalho pra tentar ter um diagnóstico mais conclusivo da situação”, reforçou Soares, sobre o projeto que tem duração de dois anos, com previsão para terminar em setembro de 2021. Ele justifica: “O óleo parou de chegar, mas ele continua causando seus estragos com compostos tóxicos na água, na areia da praia e aos organismos”.