Professor da Ufal publica estudo sobre os impactos da epidemia na economia alagoana

Em seu texto, o professor Cícero Péricles revela que mesmo com o isolamento, Maceió vive uma "aparente normalidade"

Por Ascom Ufal
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Professor Cícero Péricles (Foto: arquivo pessoal. Crédito do banner: João Urtiga)
Professor Cícero Péricles (Foto: arquivo pessoal. Crédito do banner: João Urtiga)

A epidemia do coronavírus atingiu toda a economia do país e, entre seus impactos, está a redução da taxa de crescimento para -6,5% do seu Produto Interno Bruto (PIB). O PIB representa a soma de toda a riqueza criada na indústria, agricultura e comércio. Em cada região e Estado, a retração devido ao isolamento social e ao fechamento de muitos setores da economia, apresenta resultados diferentes do nacional, variando conforme seu grau de desenvolvimento e suas particularidades, como é o caso do Estado de Alagoas.

Para entender qual tem sido o desempenho estadual da economia nesse período de pandemia, o professor Cícero Péricles de Carvalho, da Faculdade de Economia Administração e Contabilidade (Feac), publicou, recentemente, uma análise dos impactos nas atividades produtivas, entre os meses de março a junho, em Alagoas. O estudo, disponível na página da Feac, revela como a sociedade alagoana, mesmo atingida pelas medidas de isolamento social, está vivendo uma situação de “aparente normalidade”, devido às medidas aprovadas no Congresso Nacional, que formaram uma rede de proteção de renda das famílias, dos empregos, das empresas e d e financiamento das prefeituras e Estado.

Cícero Péricles, atuante nas disciplinas de economia regional e economia alagoana, afirma que, nestes cem dias da experiência social do “fique em casa”, mesmo com a suspensão das atividades comerciais e de serviços considerados não-essenciais, a economia alagoana não sofreu um colapso como seria de esperar em condições normais. Este ano, Alagoas deverá apresentar uma taxa também negativa na sua economia, mas sem muitas das consequências que seriam esperadas sem essa rede de proteção.

O estudo, apoiado em estatísticas da área, revela como o Auxílio Emergencial está chegando para um milhão de alagoanos. A Previdência Social, com 530 mil beneficiários em Alagoas, antecipou o pagamento da 13ª parcela de dezembro para os meses e abril e maio, garantindo o consumo neste período; o Programa de Manutenção de Emprego garantiu 72 mil trabalhadores com contratos nestes quatro meses, diminuindo o impacto do desemprego; as empresas, principalmente as micro e empresas de pequeno porte, estão acessando recursos das linhas especiais de crédito. 

Para o professor, a situação de ‘aparente normalidade’ se deve a essa rede de proteção social, que trouxe muitos recursos, bilhões de reais, tendo uma enorme capilaridade, e estando presente em todas as localidades e bairros, embora seja temporária. Desde 20 de março, segmentos inteiros ficaram comprometidos, mas a rede de proteção funcionou, amenizando esse choque. O problema está nos próximos meses, com a possibilidade de cortes desses programas num momento de dificuldades acumuladas pelas famílias e empresas. Para a economia e para a sociedade alagoana, a grande tarefa social e política é garantir a manutenção dos mecanismos dessa rede até a situação anterior ser restabelecida