Reitor defende compromisso humanitário com movimentos sociais
Com protagonismo reafirmado, Ufal mantém defesa do Fecoep
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Em reunião realizada virtualmente na última segunda-feira (22), o reitor da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Josealdo Tonholo, reforçou o compromisso social da instituição junto aos movimentos sociais, na defesa do Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza (Fecoep) e combate às discrepâncias sociais duramente vividas em Alagoas por pessoas em situação de extrema pobreza, vulneráveis, e também em situação de rua, agravadas agora em situação da pandemia da covid-19.
“A Ufal está sensível e fará todas as contribuições necessárias para as atividades às quais originaram o Fundo, em 2005. Temos que tratar com todos os segmentos, principalmente as pessoas em vulnerabilidade social, pessoas em extrema pobreza, em situação de rua, além dos trabalhadores do campo, movimentos e grupos sociais, cooperativas e demais instituições assistenciais que carecem desse cuidado”, disse o reitor, membro do Fecoep.
Durante a reunião, a proposta debatida foi a de apresentar um plano emergencial para assistir a toda população em extrema pobreza, assumindo o auxílio durante a pandemia entre os mais necessitados. “O indicativo de sensibilidade da Universidade, reiterando o papel fundamental e necessário para o debate que possa combater e ampliar os efeitos do Fecoep, trazendo para ser colocada em prática da melhor maneira possível, mostra que estamos alinhados para buscar os avanços que necessitamos”, disse Elson Cordeiro, coordenador do Centro de Defesa dos Direitos Humanos Zumbi dos Palmares (Cedeca)
“A ideia é se construir um plano para criar mecanismos para minimizar o impacto entre os mais pobres. Nossa iniciativa é de chamar a atenção para aqueles que mais precisam. O propósito é tornar o debate ainda mais público”, disse Pedro Montenegro, integrante do Cedeca.
Para Rafael Machado, ex-morador de rua e coordenador Nacional do Movimento da População de Rua em Alagoas, a Ufal é muito importante para esse debate. Segundo Machado, o recurso do Fecoep precisa chegar aos equipamentos públicos. “A população em situação de rua não tem dados fáceis para identificá-los. Elas podem ser contaminadas pelo coronavírus por não terem casa e por não terem itens de higienização. O Fecoep deve fortalecer a assistência social e são as políticas públicas que dão dignidade aos mais necessitados. A situação é de calamidade, ainda mais agora com a pandemia da covid-19”, pontuou Machado.
Para o professor de economia da Ufal, Cícero Péricles, “o processo de encaminhamento do Fecoep tem que ser orientado a quem vai ser atendido, numa pesquisa para ter mais evidente quem é mais necessitado”. E alerta: “é necessário solidez para toda a sociedade alagoana em extrema pobreza ser beneficiada”.
O reitor Josealdo Tonholo renovou a disponibilidade da universidade em ouvir e debater com os movimentos sociais engajados em transformar Alagoas, a dirimir distorções econômicas, históricas, sociais e educacionais. “Seremos defensores do Fecoep bem como de todas as políticas públicas para o desenvolvimento do estado, mas principalmente da garantia de dignidade do povo alagoano”, finalizou.
Sobre o Fecoep
Teve sua criação em 2005 e visa incluir socialmente todos os alagoanos que estão abaixo da linha da pobreza. Metade dos projetos aprovados trata de propostas de inclusão produtiva, saindo do cunho meramente assistencialista para investir em ações estruturantes de combate à pobreza. Cada projeto conta com um gestor, que fará interface com a Secretaria Executiva do Conselho no gerenciamento das ações, o que facilita o monitoramento e avaliação de cada etapa de execução, bem como a prestação de contas dos recursos. Saiba mais aqui.