Desenvolvimento infantil e ritmo biológico integram estudo de doutorado na Ufal
Pesquisa tem coleta nacional e uma das finalidades é saber se qualidade ruim do sono no lactente está associada ao desenvolvimento infantil.
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Qual é a relação existente entre variações no ritmo circadiano, a qualidade do sono e o desenvolvimento em lactante? Com esse foco, está em desenvolvimento no Programa de Pós-graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal Alagoas uma pesquisa realizada pela doutoranda Larissa Correia, docente do curso de Enfermagem do Campus Arapiraca. A pesquisa on-line tem coleta nacional e busca alcançar mães de 18 e 35 anos de diferentes regiões brasileiras que tenham bebês de cinco até 12 meses e 30 dias de vida, nascidas com idade gestacional superior a 37 semanas.
Larissa adianta que a pesquisa, iniciada em 2019 no Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Ufal, integra uma das etapas do estudo sobre ritmo circadiano e desenvolvimento global de lactentes. A orientação é do professor Tiago Gomes de Andrade, coordenador do Centro de Medicina Circadiana (CMC), da Faculdade de Medicina (Famed) da Ufal, com relevantes trabalhos na área de Cronobiologia.
Com estudos previstos para conclusão em 2021 e para adaptar-se à realidade atual, a pesquisa passou a ser on-line, o que vem tornar a coleta de dados mais abrangente, proporcionando um alcance nacional. O trabalho pretende contribuir para a área da saúde materno-infantil com enfoque na cronobiologia. O resultado que Larissa deseja alcançar é identificar a associação entre ritmos circadianos [eventos cíclicos com períodos de aproximadamente 24 horas relacionados ao ciclo claro escuro do ambiente] e o desenvolvimento infantil.
A doutoranda, professora na área de Saúde da Criança e do Adolescente, aproveita para reforçar a importância da pesquisa em curso: “O estudo se destina a investigar se há relação entre o desenvolvimento infantil e variações do sono e do ritmo circadiano do sono com o ritmo circadiano em lactantes. São escassos estudos com esse foco e o resultado poderá ser útil para o desenvolvimento de estratégias interventivas sobre o desenvolvimento infantil”, destacou.
De acordo com a professora, a avaliação do desenvolvimento em lactentes e sua possível associação com a modulação do ritmo pode contribuir para o melhor entendimento da ontogênese [período de desenvolvimento de um organismo, desde a fertilização do zigoto até que ele se complete como indivíduo adulto] de ritmos circadianos e as possíveis alterações no ritmo e na saúde mental que ocorrem também em adultos. “Ademais, traremos novas repercussões para o processo de assistência, sendo uma ferramenta importante para atualização e aprimoramento dos pesquisadores na área mencionada, contribuindo, assim, para melhorar a qualidade do atendimento prestado à população pediátrica e materna”, enfatizou.
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