Universidade rompe barreiras com curso sobre Latex para Exatas
Estudante deficiente visual conta da sua participação no curso
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O projeto de extensão da Universidade Federal de Alagoas (Ufal) Latex rompeu a barreira da deficiência, com a oferta de um minicurso sobre a ferramenta de edição de textos científicos amplamente utilizado principalmente pela comunidade da área das ciências exatas, a ferramenta LateX. O projeto, originalmente pertence ao Campus Arapiraca da Ufal.
Nas quatro edições passadas o projeto era ofertado na modalidade presencial, mas por conta da pandemia e assim a suspensão das atividades presenciais, ele mudou para a modalidade online através do “Ufal Conectada: Inspirando inovação” que vem ofertando diversas ações virtuais para levar conhecimento mesmo em tempos de distanciamento social.
Com a mudança para o ambiente virtual o curso pode abranger uma gama maior de participantes, como conta o coordenador do projeto Rinaldo Vieira “A principio, quando o curso era presencial, os participantes se concentravam mais em estudantes da área de exatas do campus Arapiraca, matematica, fisica, computação, as vezes de outras áreas da ciências exatas e até alguns poucos professores de escolas públicas da região, quando o curso nesta 5ª edição tomou a proporção de se tornar virtual conseguimos uma abrangência muito maior, agora temos participantes da Uneal, Ifal, Uncisal, de outros campi, como de Rio Largo, das engenharias pelo Ceca, Campus Delmiro Gouveia e de Maceió. Nesta edição temos a participação de um estudante do nosso campi (Arapiraca) que possui deficiência visual, e nós optamos por fazer contato via aplicativo de mensagens e assim tentando tornar o curso cada mais acessível para ele que vem se mostrando muito feliz o que nos deixa igualmente felizes, nisso montamos um grupo pelo aplicativo de mensagens para poder dar um suporte mais eficiente para ele”, explica o coordenador do curso.
O estudante em questão é calouro no curso em licenciatura em física do campus Arapiraca João Felipe, ele ingressou esse ano no curso e já conta como ficou sabendo do curso que vai facilitar o acompanhamento das matérias durante o curso já que o material gerado no programa Latex propícia uma melhor leitura pelo leitor de tela do celular além das dificuldades “O curso chegou até a mim através de um colega do curso de matemática que me enviou o formulário de inscrição, mas acabei perdendo por conta de fortes dores de cabeça e da necessidade de ir a um médico na capital, mas esse mesmo colega conversou com o professor coordenador que entendeu minha situação e abriu uma exceção. O curso está bastante acessível na medida do possível, porém existem partes deles, como os pdfs que são gerados, fica muito "visual" nisso dificulta para o leitor de tela fazer a leitura” como conta o aluno.
Apesar das dificuldades o estudante tem apenas elogios ao projeto “eu estou tendo muito apoio por parte dos professores, nas aulas que participo os professores tentam ao máximo ler o passo a passo do que está sendo feito para que eu possa acompanhar, porque apenas narrar o que fazer não funciona no meu caso, tem que ser o mais detalhado possível e isso tem acontecido, os professores sempre estão fazendo de uma forma que eu possa acompanhar o passo a passo”, explica.
O projeto já se encontra em estágios finais, dos quatro módulos preparados para o curso, que se iniciou em maio, o quarto de último módulo se encerra em 2 de julho segundo o cronograma apresentado. E falando em acessibilidade a Ufal tem o Núcleo de acessibilidade (NAC) para auxiliar em diversas questão referente a acessibilidade, para saber mais acesse a página no NAC no link.
A Ufal está filiada na Sociedade Brasileira de Matemática Aplicada e Computacional (SBMAC) em 2020 e dentro das ações previstas com essa filiação, estão previstos cursos de atualização, eventos, ciclo de palestras sobre matemática aplicada “desta forma, solicitamos na secretaria da SBMAC, alguns templates de resumos de trabalhos em LateX utilizados no eventos organizados/apoiados pela sociedade, para que os participantes do 5º minicurso LateX tivessem acesso/oportunidade de conhecer/praticar o LateX e como funciona o processo de submissão de trabalho num evento científico. Foi uma experiência de muito aprendizado, toda equipe agradece a diretoria da SBMAC pelo apoio” explica o coordenador.
“Apesar de eu não conseguir acompanhar 100% do curso, não por falta de acessibilidade, mas pelo fato de ainda estar me recuperando, já que faz pouco mais de um ano que perdi a visão e por isso ainda tenho dores de cabeça, mas em relação a acessibilidade eu só tenho a agradecer a todos os professores, monitores e esses que a pedido dos professores criaram um grupo no whatsapp para que eu pudesse ter um contato mais próximo para tirar dúvidas e só tenho que agradecer por tudo. Os professores têm se empenhado bastante para tornar esse curso mais acessível para mim” finaliza João Felipe.