Período Letivo Excepcional da Ufal começa em outubro de forma remota
Resolução foi aprovada pelo Consuni e novo calendário ainda será debatido na Câmara Acadêmica
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O longo debate, iniciado em 1º de setembro no Conselho Universitário (Consuni) da Universidade Federal de Alagoas, foi necessário para pensar os detalhes referentes ao singular e ao coletivo que compõem a comunidade acadêmica. O Consuni aprovou, então, na terça-feira (8), após cinco dias de sessões extraordinárias, a Minuta de Resolução do Período Letivo Excepcional (PLE). Com a Resolução definida, a Ufal vai retomar as atividades da graduação de forma remota e facultativa a partir de outubro.
“Essa construção vem desde abril, mas o trabalho para aprovar essa Resolução começou em julho. Criamos um Grupo de Trabalho para discutir todas as questões e, na sequência, o Consuni criou algumas comissões e fizemos várias reuniões. No dia 24 de agosto chegamos na Câmara Acadêmica e tivemos dois dias completos de reuniões, e depois mais cinco dias no Consuni”, ressaltou o pró-reitor de Graduação, Amauri Barros, que esteve à frente da comissão de retomada das aulas não-presenciais, apontando que no total foram aproximadamente 125 horas de debates dos GTs e comissões especiais.
A proposta da data 8 de outubro para iniciar o PLE será levada para a Câmara Acadêmica, que se reúne nesta sexta-feira (11). Os membros da referida Câmara devem atualizar e definir o Calendário Acadêmico para posterior aprovação do Consuni.
Mesmo com a Ufal funcionando ininterruptamente desde o início da pandemia da covid-19 em suas atividades administrativas, de pesquisa e de extensão, a continuidade do ensino de graduação era motivo de expectativas para a comunidade estudantil.
“Vamos retomar com grande expectativa para poder possibilitar, não somente ao calouro que já deveria ter iniciado suas atividades desde março, mas também para os estudantes que se encontram próximos de se formar. Agora eles vão poder cursar esses componentes curriculares e ter a perspectiva de se inserir no mercado de trabalho”, destacou o pró-reitor Estudantil, Alexandre Lima.
Atividades on-line e ações
A Resolução aprovada pela instância máxima da Universidade teve vários artigos alterados pelos conselheiros, que democraticamente avaliaram e votaram os ajustes. “Conforme foi aprovado, nós podemos trabalhar com disciplinas obrigatórias, eletivas, Trabalho de Conclusão de Curso, Estágios, inicialmente de forma remota, atividades complementares, e um conjunto de ações”, ressaltou Barros.
Antes de iniciar as aulas online, haverá um período para elaboração de proposta da oferta acadêmica pelos Colegiados dos cursos de graduação e um conjunto de ações formativas para os docentes com o objetivo de alinhar a implementação do PLE.
“Desde abril temos trabalhado, por meio do Programa Ufal Conectada, muitos cursos de formação continuada com foco no ensino mediado pelas tecnologias, voltados para essa nova realidade que precisamos enfrentar. Vamos continuar fazendo assistência estudantil e reabrir o Programa de Monitoria. Tivemos a experiência exitosa da monitoria on-line voluntária, na qual mais de três mil alunos concluíram e, agora, será num edital com bolsa”, adiantou Barros, lembrando ainda que a adaptação do ensino utilizando ferramentas tecnológicas será ampliada: “Já temos expertise no assunto porque temos cursos de graduação a distância na Ufal desde 2007, usando a plataforma Moodle, e isso nos credencia a alçar novos voos”.
A previsão é iniciar dia 8 de outubro e concluir o PLE em 23 de dezembro, mas todas as datas, incluindo matrículas e ajustes serão discutidas pela Câmara Acadêmica, na sexta-feira (11). Terão alguns sábados letivos e o calendário regular de 2020 continua suspenso por tempo indeterminado.
De acordo com Barros, serão utilizados os ambientes virtuais de aprendizagem oficiais da Ufal como o Moodle, o Sigaa e o Google Sala de Aula, e os docentes também farão uso das diversas ferramentas de ensino remoto como Zoom, Google Meet e todas as possibilidades tecnológicas que têm à disposição, como Whatsapp e Instagram.
Amparo e movimentação acadêmica
Desde o decreto da situação de pandemia, em 16 de março, a Ufal se preparou e agiu para o enfrentamento à covid-19 em diversas vertentes. Para preservar a saúde dos servidores, os técnicos e docentes continuaram exercendo suas atividades de forma remota.
A pós-graduação vem funcionando normalmente, com orientações aos alunos e pesquisas em andamento. Muitas ações de extensão também foram adaptadas para o formato digital e diversas áreas ofereceram cursos on-line, webinários, lives e outras atividades de interação em plataformas mediadas pelas tecnologias.
A pandemia afastou o contato presencial e mexeu com o emocional de muitas pessoas, por isso, as pró-reitorias Estudantil (Proest) e de Gestão de Pessoas e do Trabalho (Progep) realizaram iniciativas para acolher seus públicos. Assim como a Progep ofereceu atendimento psicológico aos servidores, a Proest também fez esse trabalho e disponibilizou uma cartilha de saúde mental para os alunos.
Em relação aos problemas financeiros apresentados pelos estudantes da Ufal, a Proest agiu de forma precisa com a oferta de editais de fomento. “A Proest lançou vários editais para reforçar auxílios emergenciais e possibilitar estudantes que nunca tinham procurado a Pró-reitoria Estudantil para que eles possam ser contemplados com auxílios emergenciais e financeiros”, lembrou Lima.
E para resolver a dificuldade de acesso à internet que viabiliza a continuidade do ensino da graduação, o edital Alunos Conectados iniciou na quarta-feira (9) as inscrições para cadastrar os estudantes. A lista de inscritos e aprovados pelas exigências do edital será encaminhada para o Ministério da Educação (MEC), que vai disponibilizar um chip com pacote de dados para possibilitar o acesso às disciplinas do Período Letivo Excepcional.
Para ter direito ao auxílio de inclusão digital do MEC, a partir do quantitativo de vagas definido no edital Alunos Conectados, o estudante deve estar matriculado em algum componente curricular oferecido no PLE e ter o perfil de vulnerabilidade socioeconômica, ou seja, renda per capta de até 1,5 salário mínimo.
“O terreno foi preparado, sabemos das dificuldades, mas o nosso compromisso é grande com a inclusão e o retorno dos nossos alunos, mesmo que seja de forma remota. Estamos credenciados para fazer esse período de dez semanas e na sequência avaliar o futuro”, concluiu o pró-reitor de Graduação.
Em anexo, a Resolução nº 34/2020 - Consuni/Ufal de 8 de setembro de 2020.