Reportagem sobre Alzheimer apresenta o drama de quem convive com a doença

Em dia mundial de conscientização sobre o Alzheimer, trabalho multimídia da jornalista Kerolaine Costa alerta sobre cuidados e desafios para lidar com a doença

Por Lenilda Luna - jornalista
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Nesta segunda, 21 de setembro, marca-se no calendário o dia mundial de conscientização sobre o Alzheimer. Segundo a lzheimer’s Disease International, atualmente, 50 milhões de pessoas têm a doença e esse número pode chegar a 131,5 milhões até 2050. A  estudante de jornalismo da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Kerolaine Costa, apresentou em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), sob a orientação da professora Lais Falcão, o drama dos “esquecidos”.

A ideia de falar sobre o assunto veio da experiência pessoal com os desafios de cuidar de uma pessoa portadora da doença. “Meu avô tem Alzheimer e percebi que algumas famílias, apesar de conviver com o problema há anos, não têm muitas informações sobre os cuidados que devem ser tomados”, relata a estudante.

Segundo Kerolaine, é preciso que as famílias tenham mais informações sobre terapias, medicações e direitos das pessoas portadoras da doença de Alzheimer. “Por isso que quis tratar desse tema em uma grande reportagem multimídia, justamente para usar as variadas ferramentas do jornalismo e divulgar dados e relatos. Foi um grande desafio recolher as informações, editar e formatar para apresentar me pouco tempo, antes do afastamento da minha orientadora”, contou a estudante

A estudante selecionou entrevistados do município de Lagoa da Canoa, no agreste de Alagoas, cidade natal de Kerolaine. “Entrevistei familiares e pessoas com a doença de Alzheimer que residem perto da casa do meu avô. Também entrevistei cuidadores e servidores da área de Saúde em Maceió, assim como representantes de instituições e advogados para falar dos direitos. Separei a minha reportagem em vários intertítulos para facilitar a consulta aos vários aspectos abordados”, explica Kerolaine.

Kerolaine citou algumas pesquisas realizadas na Ufal que abordam o tema, como um artigo elaborado na Escola de Enfermagem sobre “Os efeitos da música em idosos com doença de Alzheimer de uma instituição de longa permanência”, indicando como a música pode ser um fator de ativação da memória desses idosos. “Os fatos mais importantes da vida deles não são esquecidos e a música ajuda a buscar essas recordações”, destacou a estudante.

Um dos depoimentos mais tocantes, segundo a estudante, foi a de uma idosa já em fase terminal, que vivia apenas com o marido. “Ele estava muito triste com a situação da esposa e eu fiquei muito preocupada. Imaginei meu avô chegando naquele estado. Percebi que não só o idoso com Alzheimer, mas também seu cuidador, precisam de acompanhamento psicológico para enfrentar essa experiência tão dramática para o paciente e para a família”, reflete Kerolaine.

“Lembrando que não é só o paciente o afetado, mas todas as pessoas que convivem com ele. São muitas pessoas ao redor do mundo convivendo com o Alzheimer e precisamos lidar melhor com esse mal e saber também como evitá-lo”, finaliza a estudante.