Ufal contrata software de laboratórios virtuais para aulas práticas
Conteúdo vai atender mais de 1.500 estudantes e se destina, preferencialmente, às disciplinas obrigatórias
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Realização de experimentos individuais ou em grupo, com um elevado grau de realidade e tudo feito pelo computador. A Universidade Federal de Alagoas (Ufal) vem se adaptando às atuais tecnologias de ensino e a novidade da vez será o uso de laboratórios virtuais pelos estudantes dos cursos com aulas práticas. Essa metodologia vem para somar e as experiências nos laboratórios físicos continuam.
“Estamos nos preparando para essa nova realidade. As práticas e os laboratórios tradicionais jamais serão desconsiderados. O laboratório virtual tem previsão legal e será utilizado como um complemento no processo de aprendizagem”, destacou o pró-reitor de Graduação (Prograd), Amauri Barros.
O software adquirido é o da empresa Algetec e já está sendo testado pelos docentes. Os conteúdos se destinam, preferencialmente, às disciplinas obrigatórias. Foram contratadas 1.500 licenças de uso para alunos das disciplinas práticas e dos períodos finais dos cursos de Engenharia, Física, Química, Matemática, Pedagogia, Letras/Libras, Ciências Biológicas, Saúde e Ciências Agrárias, contemplando todos os campi da Ufal. Os alunos serão cadastrados pelo Núcleo de Tecnologia da Informação (NTI) após envio da lista de nomes pelas coordenações de curso.
Entre as facilidades do programa está a forma de acesso, pois todas as atividades serão inseridas no Moodle Ufal. O estudante não vai precisar instalar nada no computador e poderá utilizar a partir de qualquer máquina conectada à internet. Em caso de dúvidas ou problemas, o graduando e o professor podem entrar em contato com o atendimento disponibilizado pela empresa.
Outra vantagem é que os laboratórios não serão limitados às aulas práticas e poderão ser utilizados para realização de pesquisas. “Essas ferramentas representam um grande campo de estudo para nós. Vão nos ajudar a despertar para outras possibilidades, para desenvolver novos experimentos”, garantiu Barros.
E exemplifica: “Nossos professores da educação e das diversas áreas de ensino poderão desenvolver TCC [Trabalho de Conclusão de Curso], dissertação de mestrado, realizar pesquisas voltadas para utilização desses materiais em sala de aula e em outros ambientes.”
Ele ainda destaca que os docentes poderão desenvolver e sugerir novas práticas para incorporar a este software. “A empresa facilita e faculta isso. As sugestões serão muito bem-vindas”, afirmou o pró-reitor.
Conhecendo o sistema
Cerca de 70 docentes das diversas áreas contempladas assistiram a uma apresentação virtual realizada pelos técnicos da Algetec, na última quinta-feira (21), para conhecer as principais ferramentas do software. A atividade on-line marcou o início da formação continuada que se estende até novembro. “Em verdade, estamos dialogando com nossa comunidade sobre essa possibilidade há quase um ano e alguns docentes da Ufal já testaram e aprovaram esse recurso didático em suas aulas práticas no último semestre”, lembrou o pró-reitor.
Durante o encontro, Amauri Barros falou sobre os desafios do retorno às aulas presenciais, de como os laboratórios virtuais poderão ajudar e da necessidade de engajamento da comunidade acadêmica. “Vamos planejar o próximo momento, eleger um docente de cada curso envolvido ou da grande área para que esse processo de formação ocorra da melhor maneira. Teremos multiplicadores locais, pois já temos professores nas diversas unidades acadêmicas e cursos que dominam as tecnologias e que já usam os materiais. Eles serão os multiplicadores internos para que o máximo de professores possa utilizar a plataforma”, ressaltou.
Ele também comentou que será importante contar com a participação de alunos monitores, inspirados nas valiosas experiências da monitoria on-line, implementada desde o Período Letivo Excepcional (PLE). “Nossos alunos serão os principais multiplicadores, pois alguns deles têm mais intimidade e agilidade com o uso das novas tecnologias do que os próprios docentes”, afirmou.
Após a apresentação do programa, a diretora do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), Iracilda Lima, comentou que a unidade tem um grande potencial para uso dos laboratórios virtuais e destacou a relevância da contratação. “Será mais uma forma de colaborar com o ensino. Quero parabenizar a iniciativa da gestão para contornar esse momento [de atividades remotas na pandemia] e minimizar os impactos”, disse.
Habituada a usar esse tipo ferramenta, a docente da área do setor de microbiologia do ICBS, Denise Silva, gostou da plataforma contratada pela Universidade. “Essa é mais fácil de usar e tem mais recursos”, ressaltou.
“O professor José Expedito, da área de Química, lotado na Unidade Penedo, explorou no semestre 2020.2 as possibilidades oferecidas por este software e aprovou. Muitos outros docentes da área de Química, Física, Engenharias etc também atestaram o ganho acadêmico e aprovaram esta iniciativa da gestão da Ufal”, contou Barros.
Mais sobre a prestadora do serviço
A servidora Regina Maria, coordenadora do Programa de Formação Continuada em Docência do Ensino Superior (Proford) da Prograd e responsável pela negociação, informa que, além da Ufal, a Algetec, com sede na Bahia, já tem contrato com outras instituições públicas e privadas, “a exemplo do Senai [Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial], da Universidade Rio Verde e da Fadex [Fundação Cultural e de Fomento à Pesquisa, Ensino, Extensão e Inovação]”.
“A assinatura firmada pela Universidade é anual e, durante esse período, os diversos laboratórios virtuais ficam à disposição de todos os usuários do serviço. O acesso é por multiusuário [usuários simultâneos], limitando-se apenas em relação à quantidade dos 1.500 estudantes”, explicou Regina.
Janaina Bellotto, analista de implantação da empresa, conta que os laboratórios contratados são utilizados em mais de 250 instituições em 13 países. “Dentre elas, a Universidade de Purdue, que é uma importante universidade nos Estados Unidos. Os laboratórios são os mesmos, a única coisa que muda é o idioma”, garantiu.
Sobre a equipe responsável pelo desenvolvimento da plataforma, ela detalha que envolve cerca de 80 pessoas. “É uma equipe multidisciplinar –com profissionais de Pedagogia, da área da Saúde, da área das Engenharias, das Humanas– que dá subsídios para a equipe de Game Design, programação, modelagem na criação das interfaces e da dinâmica dos laboratórios em si”, disse.
Já em relação aos conteúdos, ela afirma que conta com o suporte de “uma rede ampla de professores parceiros, que gira em torno de 500 pessoas”.
Sobre a importância dessa contratação para a Ufal e os estudantes, Regina destaca: “É extremamente relevante, dado o contexto de aulas remotas e futuras aulas híbridas, em consonância com as exigências atuais da educação mediada pelas tecnologias.”