Dia do solo é marcado por visita a sítio arqueológico em Delmiro Gouveia

A atividade foi cadastrada como atividade da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO)

Por Lenilda Luna - jornalista
- Atualizado em
Grupo de pesquisadores da Ufal durante a visita
Grupo de pesquisadores da Ufal durante a visita

A Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) instituiu o dia 5 de dezembro como Dia Mundial do Solo. Uma data para refletir como o manejo correto do solo pode permitir uma agricultura auto sustentável, protegendo a biodiversidade e contribuindo com o cultivo de vegetais e plantas necessários para uma boa nutrição humana. 

A professora Regla Toujaguez La Rosa Massahud, engenheira geóloga, vice-coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi), no Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca), em Rio Largo, sempre realiza atividades para marcar a data. Este ano, ela cadastrou uma ação na cidade de Delmiro Gouveia, realizada no sábado (4). 

A primeira atividade foi uma entrevista para a Rádio Alternativa 98.5 FM. “Aproveitamos que uma das minhas alunas de Agroecologia, a estudante Erica Priscila dos Santos, mora em Delmiro Gouveia e produz um programa de rádio voltado para os agricultores da região. Falamos sobre as limitações e o manejo adequado dos solos locais, bastante salinos, relacionando ao tema proposto pela FAO este ano que reflete justamente sobre como parar a salinização do solo para aumentar a produtividade”, explicou Regla. 

A entrevista também contou com a participação do professor Flávio Moraes, que lidera o Núcleo de Pesquisa em Arqueologia e História do Campus do Sertão, ao lado do professor Ivamilsom Barbalho. “O professor Flávio acompanha 18 sítios com pinturas rupestres, localizados dentro do Assentamento Lameirão. Já existe um trabalho para desenvolver, com os assentados, essa proposta de turismo ecológico. Mas queremos colaborar com a possibilidade de registrar essa área como um sítio geoturístico”, reforçou a professora Regla Toujaguez. 

O professor Vagner Bijagó, coordenador do  Neabi do Campus do Sertão, acompanhou e registrou a visita realizada na área do sítio arqueológico, logo após a entrevista. “O professor Flávio é vice-coordenador do Neabi e trabalhamos juntos para desenvolver propostas que possam apresentar alternativas de desenvolvimento sustentável para as comunidades negras e indígenas do sertão de Alagoas”, ressaltou Bijagó. 

Segundo o professor Flávio Moraes, a área de preservação no assentamento Lameirão tem uma riqueza arqueológica muito relevante. "Queremos preparar esses sítios arqueológicos e de afloramento geológico para que seja organizada a visitação monitorada. Com as trilhas sinalizadas e as informações expostas em placas, as visitas podem ser guiadas pelos próprios assentados, que serão preparados para essa recepção aos visitantes. Mais uma fonte de geração de renda para essa comunidade", destaca Flávio.

A Ação de Extensão pelo Dia Mundial do Solo, Transformando áreas com solos salino-sódicos em Potencial Geoturístico no município Delmiro Gouveia-Sertão de Alagoas, tem como autores: Regla Toujaguez, Erica Priscila dos Santos Silva, João Manuel da Silva, Yamina Montaldo e, Arrysson Cardoso. “O projeto apresenta a possibilidade de inserir os afloramentos rochosos associados aos solos Litólicos em rota Geoturística vinculada aos passeios de Turismo Ecológico já desenvolvidos pelo Grupo de Turismo local: Veredas da Caatinga”. 

O projeto de Extensão será desenvolvido pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). “A proposta é desenvolver uma ação que possibilitará a valorização do patrimônio natural e histórico da região, contribuindo com o desenvolvimento econômico local e a erradicação da pobreza. O turismo ecológico e arqueológico é uma alternativa importante para as famílias do assentamento, já que o solo rochoso limita bastante a produção de alimentos”, finalizou Regla.