Reitor se solidariza com estudantes e lamenta não ter dinheiro para pagar bolsas

Tonholo afirma que essa postura de não repasse de recursos financeiros representa o desmonte da educação

Por Simoneide Araújo - jornalista
- Atualizado em
O reitor Josealdo Tonholo lamenta a situação enfrentada pelos alunos sem o pagamento das bolsas
O reitor Josealdo Tonholo lamenta a situação enfrentada pelos alunos sem o pagamento das bolsas

Diante da grave situação de desmonte por que passam as universidades públicas, pelo não repasse de recursos financeiros por parte do governo federal, o reitor Josealdo Tonholo se solidariza com o movimento dos alunos da Ufal, que estão sem receber as bolsas desde fevereiro. Ele reforça que a gestão tem mantido contato permanente com o Ministério da Educação e buscado apoio da bancada federal para tentar resolver o problema, que depende, também, da liberação da peça orçamentária de 2021.

Tonholo enfatiza que desde fevereiro a Ufal não recebe nenhuma parcela mensal do financeiro, o que seria o 1/18 avos, e isso deixou a gestão sem dinheiro para pagar os bolsistas. “O movimento dos alunos é muito justo. O que estamos assistindo é o desmonte da educação e eu lamento não ter poder de resolutividade para essa situação das bolsas. Este movimento dos estudantes se coaduna com a posição que tomamos no Consuni, o que gerou, inclusive, uma moção pela educação pública e de qualidade”, desabafou.

O reitor lamenta, ainda, a atual falta de condições para manter os alunos em vulnerabilidade na Universidade. “Temos uma política séria de ingresso na Ufal sob o regime de cotas, mas se não tivermos condições de garantir a manutenção destes estudantes na instituição e que eles tenham condições de acompanhar as aulas, não teremos a transformação pela educação, tão necessária.  Estamos todos trabalhando arduamente para garantir o funcionamento da Universidade, mas tá muito difícil”, reforçou.

Em 2020, de acordo com a gestão central, todas as bolsas foram pagas regularmente até dezembro, incluindo os auxílios emergenciais para ajudar na superação dos problemas trazidos pela pandemia. “Infelizmente, este ano, tivemos apenas um único repasse de recursos para as bolsas, que foi em 17 de fevereiro, o que permitiu pagar as bolsas de janeiro. Desde o final de fevereiro não recebemos mais repasses, nem para bolsas nem para nada mais. Temos as folhas de fevereiro e as de março já liquidadas no DCF [Departamento de Contabilidade e Finanças], mas nenhum centavo em conta para poder fazer o pagamento”, completou.

De acordo com Tonholo, o governo federal mudou a política de repasses, antes semanal, para mensal e fez isso sem aviso prévio. “E o pior, os repasses que aconteceram não permitem o pagamento integral das pendências, pois está vindo de forma contingenciada. Lamento profundamente o que está ocorrendo, mas a questão do repasse extrapola nossa competência direta. Acionamos o MEC, acionamos a bancada federal, mas até agora não tivemos retorno. Vários deputados já se manifestaram, inclusive com cartas e vídeos. Esperamos que o Ministério da Economia seja sensibilizado para liberar logo estes recursos e que possamos retomar as atividades, dentro do que é possível, neste momento triste que estamos vivendo”, finalizou.