Artigo de professores da Ufal é destaque de capa em periódico científico
Trabalho propõe método para quantificar com precisão a protamina em fármacos e amostras de urina sintética
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Os professores Josué Carinhanha e Karolayne Costa, do Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) da Ufal, e Uéslen Rocha e Tasso Sales, do Instituto de Física (IF), assinam o artigo que é a capa da última edição do Journal of the Brazilian Computer Society (JBCS), um periódico da Sociedade Brasileira de Química [Qualis A2 da Capes] que tem o objetivo de estimular e difundir a pesquisa na área.
O trabalho pretendia, incialmente, obter uma nanopartícula com solubilidade em meio aquoso, alta fotoestabilidade, ou seja, capacidade de exposição à luz sem alterações significativas de suas propriedades ópticas, além de facilidade na síntese e baixa toxidade. Os pesquisadores queriam, especialmente, que essa nanopartícula pudesse ser utilizada como um sensor fluorescente de biomoléculas, mais especificamente para quantificar a proteína catiônica protamina.
“A escolha dessa biomolécula foi decorrente de dois preceitos: sua aplicação medicinal e seu processo de interação com o DNA e com as enzimas proteolíticas, como a tripsina e a quimotripsina”, explicou o professor Carinhanha.
Segundo ele, a protamina é a única molécula capaz de atuar como agente neutralizante da heparina, o anticoagulante mais utilizado em procedimentos que envolvem circulação extracorpórea, como a diálise e cirurgias cardíacas. Mas Josué salienta que seu uso inadequado pode provocar hipertensão pulmonar, hemorragias, bradicardia, dispneia e outras patologias graves e fatais. Por isso, o pesquisador explica que é “necessário manter o controle de qualidade dos medicamentos e realizar o monitoramento de sua concentração no paciente após a aplicação para evitar possíveis agravamentos”.
Após selecionar a nanopartícula quantum dots (QD) de CdTe, a pesquisa avaliou o ácido mercaptosuccínico (MSA) como agente funcionalizante para usar no método proposto. Com essas etapas concluídas, alguns parâmetros de sínteses foram ajustados e otimizados, como temperatura, concentração dos reagentes e tempo, para obter o QD com as características adequadas.
Os pesquisadores conseguiram criar um método que, quando aplicado a amostras de medicamentos e urina sintética com diferentes graus de complexidade, apresentou precisão e exatidão na determinação de protamina (PT).
“Pode, portanto, servir como uma alternativa para análise bioanalítica e controle de qualidade de proteínas catiônicas como o PT em diferentes tipos de amostras. O método mostrou-se rápido, sensível e viável para quantificar o PT em fármacos e amostras de urina sintética com recuperações acima de 95%”, detalha o artigo publicado.
A pesquisa dos professores da Ufal ganhou destaque no periódico JBCS e é uma grande contribuição para a ciência aplicada à química e à medicina.