Ufal investe quase R$ 120 mil na compra de instrumentos para ETA
Espaço Cultural Universitário, OSU e curso de licenciatura em Música também foram beneficiados
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Após dez anos de espera, finalmente a Escola Técnica de Artes (ETA) recebe instrumentos musicais de corda e de sopro. Foi um investimento de R$ 118.502,44 que a gestão central da Universidade Federal de Alagoas priorizou para atender a uma demanda tão esperada pela ETA e pelo próprio Espaço Cultural Universitário, que também abriga cursos de graduação e equipamentos culturais. Ao todo, são mais de 265 itens, incluindo instrumentos, microfones e equipamentos de som e de iluminação. Essa é mais uma demonstração do empenho da instituição, mesmo num ano tão difícil, de tantas incertezas e adversidades, como foi em 2020, em decorrência da pandemia da covid-19.
De acordo com José Edson Lima, que responde pela Coordenadoria de Administração, Suprimentos e Serviços (CASS) da Pró-reitoria de Gestão Institucional (Proginst), a aquisição é resultado de um esforço coletivo, um trabalho que começou em 2020 e foi finalizado semana passada, com a chegada do material. “As contratações foram resultado de um profícuo trabalho compartilhado, iniciado a partir da criação da Comissão Permanente de Bens, uma das cinco comissões permanentes criadas pela CASS, por meio da Portaria 62/2020 da Proginst, composta por professores e técnico-administrativos dos equipamentos culturais da Proex [Pró-reitoria de Extensão]. Essa Comissão atuou na especificação, cotação de preços e análise das propostas dos fornecedores durante a operação do pregão 16/2020. O resultado foi a licitação de mais de 265 itens de excelente qualidade”, reforçou.
Entre os instrumentos comprados estão dois saxofones barítono, um fagote, um oboé, duas flautas, um contrabaixo elétrico, quatro violoncelos e quatro pianos digitais [confira a lista completa no anexo abaixo]. Lima diz, ainda, que já está em andamento, em fase de instrução processual, o novo pregão de bens culturais com os itens demandados pelas unidades no Plano Anual de Aquisições e Contratações (PAAC) 2021.
A ETA recebeu instrumentos caros, que vão beneficiar alunos dos cursos técnicos e da graduação também, porque eles vão ter acesso para estudar e se apresentar nos vários grupos existentes. Por essa conquista, o diretor da Escola, David Farias, destaca o trabalho da nova equipe de compras da gestão do reitor Josealdo Tonholo. “É um trabalho de formiguinha, em equipe, unindo direção, administração, dos próprios professores, que orientaram a gente para comparar os itens corretos, analisando e descrevendo cada detalhe para que a Ufal pudesse comprar instrumentos de qualidade. Então, somando o trabalho que acontece na Escola, que envolve todo mundo, e a equipe de compras da Proginst, o resultado foi o melhor possível. É, mesmo, motivo de festa, porque a gente vê que aquela dedicação e aquele trabalho em equipe teve um resultado muito satisfatório”, comemorou.
Só para se ter uma ideia do envolvimento dos docentes da ETA, além do diretor David Farias, os docentes foram pessoalmente ao Almoxarifado da Ufal receber os instrumentos. “Isso representa compromisso e um cuidado especial, amor, inclusive. Nossos professores foram em seus carros buscar os instrumentos, conferir tudo, porque tem de ter muito cuidado no transporte, e também celebrar conjuntamente essa conquista tão esperada”, registrou Farias.
Equipando laboratórios
O professor de saxofone e clarineta da ETA, Kleber Dessoles, também comemorou a chegada dos instrumentos. “Conseguimos comprar dois saxofones barítono, que geralmente os alunos não têm acesso porque, mesmo os mais baratos, custam muito caro. Agora estamos equipando os laboratórios da área de saxofone para atender projetos que já existem: o grupo de Saxofones da Ufal, com 12 integrantes, entre alunos da graduação e de cursos técnico, músicos profissionais da Ufal e alunos egressos dos dos cursos de Música; a Banda de Música da Ufal, um projeto conjunto da graduação e do curso técnico em Música; e a Big Band da Universidade, projeto coordenado pelo professor Milson [Fireman]”,
Além de dar suporte a esses projetos, também vão funcionar como instrumentos de laboratório. “Nosso alunos regulares vão poder ter acesso a esses instrumentos para ensaiar e estudar. Eles vão poder usar no ambiente acadêmico para estudar, mas com responsabilidade. Vamos organizar como será esse fluxo de empréstimo dentro das instalações da ETA”, completou.
Além dos instrumentos, Dessoles informa que também foram adquiridos alguns equipamentos para aulas, para gravação e eventos externos, como microfones, mesas de som, caixas de som, caixa amplificada. Tudo isso vai compor o estúdio do Espaço Cultural Universitário, local que a gente acaba fazendo essa parte mais técnica de pré-produção das gravações”, completou.
Sobre o que essas aquisições representam para a ETA e para os alunos. Dessoles destaca: “O impacto para esses projetos é o que tem mais importância, porque o grupo de saxofones, por exemplo, apesar de termos tido muitas vitórias desde 2015 -já tocamos em festivais internacionais, recebemos prêmios em edital, já viajamos para fazer apresentações em festivais locais e internacionais- nós funcionávamos numa situação muito precária”.
E completa: “Nós trabalhávamos com dois saxofones barítono emprestados e um deles tivemos de fazer uma ‘vaquinha’ para reformar; o outro barítono é de um ex-aluno da Ufal que tem um instrumento e toca nas nossas apresentações. Portanto, a gente sai de uma situação precária para uma situação de sustentabilidade do grupo, ou seja, passamos a ter uma estrutura mínima para trabalhar. Agora, caso nossos colaboradores da comunidade externa, por algum motivo, não possam se apresentar, a gente vai poder funcionar com os alunos dos cursos. Essa é uma situação muito, muito bacana”.
A professora de violoncelo da ETA, Miran Abs, também comemora a conquista: “Foi uma longa espera, mas, graças ao esforço coletivo de técnicos, professores, direção da Escola e outros profissionais envolvidos, hoje podemos contar com quatro violoncelos que serão importantíssimos para o nosso trabalho de ensino e extensão na área de performance instrumental na Ufal”.
E as possibilidades não param por aí. “A aquisição desses instrumentos vem fortalecer as ações voltadas para o ensino de violoncelo na Ufal, possibilitando a ampliação da oferta de extensão e, consequentemente, garantindo as entradas anuais no curso técnico, contribuiremos também para formação de violoncelistas que virão a compor os grupos instrumentais da Ufal, a exemplo da Orquestra Pedagógica, da Orquestra Sinfônica Universitária e da Camerata Acadêmica”, revelou Abs.
Instrumentos para OSU
De acordo com Nilton Souza, professor da ETA, diretor do Espaço Cultural da Ufal e coordenador dos equipamentos culturais Orquestra Sinfônica Universitária (OSU) e Corufal, a Chegada dos instrumentos tem sido esperada há algum tempo principalmente pela Escola Técnica. Eles vão atender os cursos técnicos e também os da graduação. “A ETA fez um grande esforço, assim como o Espaço Cultural, por meio do nosso equipamento, a OSU. Conseguimos adquirir um fagote e um oboé. A OSU nunca havia conseguido comprar um fagote, sempre usamos emprestado de nossos alunos que se esforçavam e conseguiam comprar para tocar na Orquestra. O atual oboé também era emprestado e acabou ficando na OSU”, revelou.
Souza afirma que os instrumentos adquiridos para a ETA e para a OSU, por meio da Proex, serão de grande importância, principalmente, para disciplinas como prática orquestral e para os conjuntos instrumentais da ETA, com o grupo de sax e a banda de música da Ufal. “Banda de música é um dos grupos musicais mais populares de Alagoas e esse grupo musical não tem tido aquela importância dentro da academia, mesmo nos cursos técnicos. Então, eu, o professor Kleber [Dessoles] e o professor Flávio Ferreira [coordenador do curso de licenciatura em Música], além de outros colegas que se empenharam nesta atividade, buscamos adquirir equipamentos para tornar a banda viável. Então, do ponto de vista das aquisições, temos uma grande vantagem para as práticas instrumentais, para formação de pequenos grupos nos cursos técnicos e em parceria com a graduação”, afirmou.
O coordenador da OSU também destaca a possibilidade do uso dos instrumentos adquiridos pelos grupos instrumentais orquestrais de iniciantes. “É um ganho muito grande, mas a gente só vai perceber esse ganho a médio e longo prazos, quando tivermos uma extensão mais forte e pudermos oferecer os instrumentos para que nossos alunos possam ter acesso e eles, que não são fáceis de adquirir. Então, a Escola com o um todo está de parabéns. O professor David [Farias, diretor da ETA] e a professora Claudiana [Melo, coordenadora da ETA] estão de parabéns pela iniciativa de buscar a aquisição de instrumentos para fortalecer o fazer musical, tanto na ETA como na Orquestra e na graduação em música. No fundo a gente acaba fazendo uma grande interação das escolas e da Orquestra, porque a ação conjunta traz benefícios múltiplos”, finalizou Souza.