Ufal coordena projeto de monitoramento do complexo lagunar Mundaú-Manguaba
Ação integra o Programa Há-Lagoas Limpas e envolve a Uncisal, o Ifal e a Fapeal
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A Universidade Federal de Alagoas está envolvida em mais um projeto de pequisa e, desta vez, o foco é o monitoramento do complexo estuarino lagunar Mundaú-Manguaba, que vai abranger diversas áreas científicas. O desenvolvimento dos trabalhos acontecerá de 2022 a 2024, coordenados pelo professor Emerson Soares, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca).
O projeto também terá a participação de outros pesquisadores da Ufal, ligados ao Centro de Tecnologia (Ctec), ao Instituto de Química e Biotecnologia (IQB) e ao Instituto de Ciências Farmacêuticas (ICF). Para as pesquisas, serão investidos R$ 2,1 milhōes, oriundos de uma emenda parlamentar do deputado estadual Luiz Alberto Alves Teixeira, o Cabo Bebeto.
Os estudos contemplarão a qualidade da água, as condições sanitárias dos organismos aquáticos da região e os impactos dos contaminantes na população ribeirinha, com análises teratogênicas e carcinogênicas. Além de aplicar a modelagem ecológica para avaliar as condições do complexo lagunar. “Os trabalhos serão desenvolvidos na região estuarina das Lagoas Mundaú e Manguaba, em regiões de confluências dos rios Sumaúma, Paraíba do Meio e Mundaú. As análises serão coletadas bimensalmente, mas pretendemos ampliar como programa de grande duração”, frisou Emerson Soares, que adiantou já existir uma equipe realizando coleta de dados.
O projeto integra o Programa Há-Lagoas Limpas e além da Ufal, conta com a participação da Universidade de Ciências da Saúde de Alagoas (Uncisal) e do Instituto Federal de Alagoas (Ifal), campi Satuba e Marechal Deodoro. Conta com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa de Alagoas (Fapeal). Na abrangência dos estudos científicos, professor Emerson destacou que o monitoramento contemplará áreas como a de química ambiental, exotoxicologia aquática, engenharia de pesca, farmácia, saúde e modelagem ecológica.
Soares é o coordenador-geral do projeto de pesquisa, mas o programa é dotado de coordenadores de áreas com equipe formada por docentes e alunos das respectivas instituições envolvidas nas atividades. Pela Ufal, a área específica está sob a coordenação do pesquisador Carlos Ruberto Fragoso; pela Uncisal, Pollyana Almeida; e pelo Ifal, Phabyanno Lima.
Os estudos científicos serão desenvolvidos nos laboratórios de Aquicultura e Análise de Águas (Laqua); de Instrumentação e Desenvolvimento em Química Analítica (Linqua), de Diagnóstico de Doenças Complexas e Terapia Celular (Laditec) e de Hidrologia (Labhidro). Os laboratórios de Química do Ifal também serão destinados às pesquisas do monitoramento.
Professor Emerson adianta que caberão à Ufal e à Uncisal os seguintes estudos científicos: análises microbiológicas, modelagem, análises de qualidade de água histopatológicas e enzimáticas, genotoxicidade e de metais pesados no pescado e de genotoxicidade em humanos (Ufal e Uncisal). Já o Ifal realizará estudos sobre a análise da química da água do sedimento, de uso de biossensores desenvolvidos para determinar o impacto ambiental no ecossistema aquático.
Mais pesquisas
A Ufal tem se destacado em pesquisas locais relacionadas à contaminação da água. Além do Programa Há-Lagoas Limpas e das edições da Expedição Científica no Baixo São Francisco, está sob a coordenação do professor Emerson Soares o projeto de Biomonitoramento de três rios da APA dos Corais. O projeto de monitoramento do Rio São Francisco, em parceria com o Comitê de Bacias Hidrográficas do Rio São Francisco (CBHSF), com início previsto para 2022, também será coordenado pelo pesquisador.
Professor Emerson também coordena o trabalho da força-tarefa do óleo no Estado que faz o monitoramento na costa alagoana com participação de vários pesquisadores da Ufal. Outro projeto que envolve o Laboratório de Aquicultura (Laqua) é o de Avaliação de agroquímicos e poluentes no Rio Santo Antônio, litoral Norte de Alagoas. Esses estudos têm a coordenação geral do professor Elton Santos, também do Ceca.
“Água traz vida, fartura de alimento, abastecimento, turismo, dentre tantas outras coisas benéficas para a natureza e o ser humano. Mas, se mal cuidada, é uma fonte de patógenos e doenças. Com cada vez menos água doce disponível no mundo, toda gota de água que mantivermos com qualidade e conservada é mais alimento seguro, menos doenças e mais qualidade de vida para a população e o ecossistema”, alertou Emerson Soares sobre a escassez dos recursos hídricos e sua importância para a vida no planeta.