Começa em outubro a maior expedição científica do Brasil pelo São Francisco
Saindo de Piranhas-AL, equipes de pesquisadores passarão por mais oito cidades ribeirinhas
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A maior expedição científica do Brasil acontecerá de 31 de outubro a 10 de novembro no Rio São Francisco, um dos mais importantes do país, que nasce em Minas Gerais e passa por 507 municípios em seis estados até sua foz, em Piaçabuçu-AL. Será a 4ª edição e terá como tema Consolidando a Ciência em ações ambientais no Baixo São Francisco, com a participação de 66 pesquisadores, distribuídos em dois barcos laboratórios, cinco lanchas e um catamarã de apoio.
A expedição científica é coordenada pelo professor Emerson Soares, do Campus de Engenharias e Ciências Agrárias (Ceca) da Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Este ano, o ponto de partida será o município ribeirinho alagoano de Piranhas, local também da abertura do evento no dia 31 de outubro, às 9h30, e poderá contar com presença do ministro Marcos Pontes, da pasta Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), que financia o projeto.
De acordo com Soares, a expedição 2021 pretende fazer um comprativo com os resultados das anteriores, que apontaram graves problemas ambientais como comprometimento nos ecossistemas aquáticos, terrestres e de populações humanas. Além dos pesquisadores e das embarcações, a produtora Aventuras Produções, de Vera e Yuri Sanada, premiada internacionalmente, vai acompanhar todo o trajeto para gravar um documentário sobre a expedição.
Um avião não tripulável fará o mapeamento de toda a região do Baixo São Francisco, contemplada com pesquisas em 35 áreas. O trajeto da expedição inclui as cidades de Pão de Açúcar, Traipu, São Brás, Igreja Nova, Penedo e Piaçabuçu, em Alagoas, Propriá e Brejo Grande, em Sergipe, todos alvos de pesquisa e de intervenções junto às comunidades ribeirinhas.
A interação dos pesquisadores com as escolas das comunidades ribeirinhas é um dos pontos altos da expedição. “Este ano teremos a instalação de cinco modelos demonstrativos de fossas sépticas biodigestoras com reúso de água para plantios, além de doação de equipamentos com projetor multimídia (datashow), notebooks e caixas de som para escolas e de 400 kits de material escolar”, antecipou o coordenador.
Soares revela, ainda, que também estão na programação da edição 2021 a doação de minitratores a associações rurais, além da realização de exames de pele e 450 testes RT-PCR de covid-19 nas comunidades. Uma ação bucal, a exemplo da edição de 2020, será feita junto aos estudantes das escolas ribeirinhas.
“A expedição científica proporciona ações sociais de inclusão da população ribeirinha e do pescador, além da valorização da política agroecológica, educação ambiental, rico e amplo material científico, atraindo os olhares do poder público para a região do Baixo São Francisco”, acrescentou o coordenador, com esperanças de que assim reverta o empobrecimento de espécies e da biodiversidade.
Além da Ufal, a expedição conta com a parceria das seguintes instituições: Comitê de Bacia Hidrográfica do São Francisco (CBHSF), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Alagoas (Fapeal), Embrapa - Tabuleiros Costeiros, Codevasf-5SR, Universidade Federal de Sergipe (UFS), Emater-AL, Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal de Rondônia- UNIR, Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Alagoas (Semarh-AL), Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), Instituto de Pesquisa Renato Archer, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTIC), Marinha do Brasil e Instituto Federal do Ceará (IFCE), Pedreira Triunfo, Agência Peixe Vivo e Fundepes.