Guia mostra como lidar com pacientes com problemas de saúde mental
Material produzido pela Escola de Enfermagem traz dicas para aplicação da técnica de contenção de forma segura e humanizada
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Como devem proceder profissionais de enfermagem diante de uma pessoa acometida com agitação psicomotora e agressividade? A resposta está na publicação elaborada por docentes da Escola de Enfermagem (Eenf) da Universidade Federal de Alagoas, que tem a finalidade de orientar, de forma prática, a abordagem adequada a ser feita. É um guia com dicas simples e rápidas para atuais e futuros profissionais dessa área.
Denominado de Guia rápido para contenção física em saúde mental, ele serve para resguardar a terapêutica do procedimento, a proteção da pessoa que vivencia a agitação psicomotora com auto e heteroagressividade e a segurança dos trabalhadores de enfermagem envolvidos nesta intervenção. O guia, lançado no fim do semestre letivo passado (2020.1), vem sendo usado no curso de graduação da Ufal, mas também é destinado ao serviço de saúde referente ao cuidado com a pessoa em crise.
Docente do curso de Enfermagem, participante da elaboração e da divulgação do Guia, a professora Verônica Medeiros Alves destaca a importância dessa ação acadêmica e aproveita para explicar: “A concepção do guia surgiu durante a abordagem prática à pessoa em crise na disciplina de Intervenção de Enfermagem, no Processo Saúde-Doença Mental. Ele foi construído para compartilhar dicas simples, rápidas e práticas aos futuros profissionais de enfermagem para a aplicação segura e humanizada da técnica de contenção”, reforçou.
Conforme a publicação, a “agitação psicomotora e a agressividade são manifestações psicopatológicas complexas, decorrentes de uma tensão subjetiva ou condições clínicas variadas e exigem análise e diagnóstico diferencial. Pessoas em agitação psicomotora e ou agressividade costumam apresentar baixa capacidade de insight com relação à sua morbidade e juízo crítico da realidade prejudicado, o que, muitas vezes, leva a não reconhecer a necessidade de ajuda. A depender do grau de sua agitação, representam um risco para a sua própria integridade física, integridade física dos profissionais, dos familiares e das pessoas ao seu redor”.
O guia também alerta que a “realização da contenção física deve ser uma conduta excepcional e cercada de todos os cuidados para que a ação sobre a pessoa seja menos lesiva e traumática possível, devendo constar no Projeto Terapêutico”. Outra dica destacada como importante é de que a contenção física deve ser utilizada após vencerem todas as alternativas: abordagem verbal, mudanças e tranquilização do ambiente e de fatores externos que possam ampliar o prejuízo e a dor da pessoa em crise.
Equipe
O Guia rápido para contenção física em saúde mental tem como coordenadoras da primeira edição as professoras e enfermeiras Jorgina Sales Jorge e Mércia Zeviani Brêda. Além de Verônica de Medeiros Alves, a publicação contou com a colaboração das docentes e enfermeiras: Maria Cícera dos Santos Albuquerque, Yanna Cristina Moraes Santos Lira e Flaviane Maria Pereira Belo.
Conheça o Guia no arquivo em anexo