Reitor e diretores de unidades debatem o retorno presencial

Na reunião foram apresentados o panorama da covid-19 em Alagoas e a proposta de calendário acadêmico para o semestre 2021.2, que será apreciada pelo Conselho Universitário

Por Simoneide Araújo - jornalista
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Durante os últimos 18 meses da pandemia de covid-19, a Universidade Federal de Alagoas tem se esforçado para manter a formação de seus estudantes, continuar suas atividades administrativas, respeitando os protocolos de segurança, além de dar apoio à sociedade a partir de várias ações desenvolvidas. Mas, agora, o cenário está mudando e é urgente a discussão sobre o retorno gradativo das aulas presenciais ou a adoção de um formato presencial e remoto. Por isso, na quinta-feira (2), o reitor Josealdo Tonholo e sua equipe de gestão se reuniram com diretores de unidades acadêmicas e campi fora de sede para discutir como isso se dará.

A construção do processo de retorno presencial está sendo feita a partir da imunização de toda comunidade acadêmica, uma vez que a vacinação já chegou a adolescentes a partir de 12 anos de idade . “Não estamos ignorando os riscos que ainda sabemos que há em relação à contaminação pelo coronavírus e suas variações, por isso, estamos trabalhando para cumprir os protocolos de biossegurança e até trabalhar com formato híbrido. Acho importante dividir isso com nossos diretores para que todos possamos analisar a situação e definir o caminho que vamos tomar daqui para frente”, disse o reitor.

A presidente do Fórum de Diretores de Unidades Acadêmicas, Elaine Pimentel, destaca a importância desse encontro. “A reunião foi importante porque a gestão trouxe para os diretores o panorama da covid-19 em Alagoas, baseado nos estudos do grupo de gerenciamento que temos na Ufal e esse diálogo é importante para que a gente analise questões estruturais da Universidade e questões relacionadas ao corpo docente, ao corpo de técnicos e de estudantes para que haja um planejamento e quando de um retorno que ele não seja de forma abrupta, não seja sem os devidos cuidados. Então foi uma reunião muito importante nesse sentido”, declarou.


Tonholo também convidou o geógrafo Esdras Andrade, do grupo de trabalho sobre a covid-19 do Instituto de Geografia Desenvolvimento e Meio Ambiente (Igdema), para apresentar um panorama da evolução da covid-19 em Alagoas. Andrade também compõe a Comissão de Gerenciamento da Covid-19 do Hospital Universitário e da Ufal e vem divulgando, semanalmente, o monitoramento espacial da doença em Alagoas, detalhando os números por município e bairros de Maceió.


Em sua apresentação durante a reunião, Andrade mostrou alguns números para saber qual momento da pandemia está sendo vivenciado em Alagoas. Ele buscou responder com a análise dos dados apresentados pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) se é possível dizer, por exemplo, se a pandemia segue sem controle em alguns municípios (ou regiões), apesar da redução do número de casos e mortes.


“Ao observar o indicador de níveis de criticidade dos municípios, que considera a frequência com que estes se apresentam em status de crescimento dos casos da doença nas últimas oito semanas, pode-se inferir que a pandemia está sob controle. Neste intervalo de tempo, observou-se que 97 dos 102 dos municípios estão situados entre os níveis de baixíssima, muito baixa, baixa e moderadamente baixa criticidade, o que corresponde a 95% destas unidades territoriais que registraram crescimento em até três das últimas oito semanas. Todavia, há pelo menos sete semanas não se observam mais os níveis com maiores intensidades de criticidade”, revelou o geógrafo.


E continua: “Em uma análise sob a ótica das mesorregiões do Estado, é possível constatar que o Agreste e o Sertão alagoanos apresentam uma suave desproporção na quantidade de municípios que se enquadram nas classes de menores criticidades, com cerca de 90%; enquanto que a mesorregião do Leste o índice é de 97%.”


De acordo com Andrade, desde o início da pandemia no Estado, foram contabilizados até o último dia do mês de agosto 235.774 casos da doença e 6.072 óbitos em decorrência dela. “Se os números registrados fossem constantes, resultaria em uma média de 437 casos e 11 mortes por dia”, completou.
O geógrafo mostrou em gráficos que, até 31 de agosto, os dados apontam que a incidência de casos confirmados está num patamar um pouco acima dos meses de outubro e novembro de 2020. “São 5.814 registros da doença contra 3.910 e 4.195 casos respectivamente.

Naquela ocasião, os números da covid-19 estavam estabilizados. Essa quantidade de pessoas contaminadas no mês de agosto representa uma redução de 56% em relação ao mês de julho e de 75% em comparação a junho. No mesmo período de comparação, as mortes registradas tiveram uma redução de 43% e 55% respectivamente”, revelou.


Outra constatação que Esdras Andrade apresentou aos participantes da reunião é em relação à intensidade com que os casos reduziram. Entre junho e agosto de 2020 a diminuição foi de apenas 25%, enquanto que no mesmo período de 2021 a redução foi de 75%, o que corresponde a uma queda três vezes maior que a do ano anterior. A queda abrupta nos números de pessoas contaminadas tem relação inversa com o aumento da vacinação em massa da população, pois quanto maior foi o número de pessoas vacinadas, menor foi a quantidade de casos registrados.

O mês de agosto de 2021 foi aquele que recebeu a maior quantidade de doses com mais de 268 mil aplicações da vacina contra 79,3 mil de julho”, observou.Durante a reunião, o pró-reitor de Graduação, Amauri Barros, apresentou uma síntese da proposta de calendário acadêmico para o semestre letivo 2021.1, que começa em 19 de outubro. O documento foi elaborado pela Comissão do Fórum dos Colegiados.