Projeto sobre assédio moral propõe conscientização no HU
Ideia é criar uma cultura unificada de combate ao assédio moral entre gestores e colaboradores
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O assédio moral foi discutido entre colaboradores e gestores do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HUPAA) por meio do projeto “Assédio Moral: Conscientizar é Preciso”, promovido pela Divisão de Gestão de Pessoas (DivGP) e o Serviço de Relações de Trabalho (SERET/CDP/DGP-EBSERH). O evento aconteceu no início de novembro e contou com palestras que abordavam o tem sob a perspectiva de subordinados e chefes, além de um momento de escuta qualificada, onde psicólogos fizeram o trabalho de acolhimento das pessoas que tiveram demandas relacionadas ao assédio moral e outras questões.
O projeto tem caráter educativo e humanizador, no qual se encara o assédio moral como uma patologia das relações sociais. É um esforço da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) em criar uma cultura unificada de combate ao assédio moral, por meio de ações pedagógicas em todas as regiões do país e que buscam instigar reflexões nos participantes. “O objetivo é passar para os gestores e colaboradores que a Ebserh não compactua com esse tipo de ato, desde a alta gestão da sede até a dos HUs. A empresa é focada em ensinar, então nada melhor do que preparar as pessoas a terem condutas humanizadas e dignas do trabalho que ela se propõe a fazer”, pontua o psicólogo organizacional, representando a Divisão de Gestão de Pessoas da sede da Ebserh, Erick Rodrigues.
A comunicação de casos pelas vias oficiais, além de ser um registro formal, permite à gestão tomar atitudes para o equilíbrio do ambiente de trabalho. Para o Superintendente do HU, Celio Rodrigues, com as discussões do evento, espera-se que os participantes sejam propagadores dos conteúdos expostos, além de conscientes dos impactos causados por más condutas. “Precisamos que os casos de assédio moral sejam informados na ouvidoria, seja de forma anônima ou online. Não se pode achar que não acontecerá nada, porque se o fato ocorre uma vez, há o diálogo e mesmo assim existe reincidência, isso é um fator que desagrega junto à equipe”, explica.
Para o técnico em informática, Edivanio Soares Leandro, o assédio moral deve ser discutido no trabalho para conscientizar as pessoas sobre suas atitudes, para que elas saibam que determinados comportamentos podem ser caracterizados como assédio. “O evento foi importante para mostrar que as ações podem ser mudadas para melhorar o ambiente institucional”, afirma.
Mecanismos
A rede Ebserh possui uma comissão de mediação e conciliação, composta por um grupo de profissionais que atuam nos hospitais, fazendo a escuta do possível assediado e do possível assediador, a partir do que é denunciado na ouvidoria, que é o setor que recebe as queixas, tanto dos trabalhadores quanto das chefias. Será feita uma triagem e o caso encaminhado à comissão. Posteriormente é feita uma oitiva com os possíveis assediado e assediador, separadamente.
Ao término desse contato, é perguntado aos envolvidos se eles gostariam de participar de uma mesa de conciliação. Em caso positivo, ela é realizada, e, havendo consenso de que o acontecimento foi mediado, encerra-se a situação, que gera um relatório a ser encaminhado para ouvidoria e o processo é encerrado. Quando não houver uma mediação consolidada, é feito outro relatório, encaminhado à ouvidoria, que pode dar andamento a um possível Processo Administrativo Disciplinar (PAD).