Pandemia e a saúde mental das crianças são temas de debate no ICHCA
Atividade de extensão acontece nos sábados 3 e 10 de dezembro
- Atualizado em
Neste sábado, 3 de dezembro, e no próximo (10), o Instituto de Ciências Humanas, Comunicação e Artes da Universidade Federal de Alagoas (ICHCA/Ufal) realiza o minicurso de extensão Pandemia e Saúde Mental: consequências do isolamento prolongado em crianças e adolescentes.
O tema é bastante atual e é produto da pesquisa realizada na Argentina pelos professores Leadro Drivet e Mariana B. López, na tentativa de investigar os efeitos do isolamento na saúde de crianças e adolescentes. A partir do Núcleo Nordeste-Litoral argentino, eles investigaram a saúde mental de crianças e adolescentes, coletando e analisando histórias e ilustrações de sonhos durante o isolamento em busca de angústias recorrentes; além disso, foi realizado o rastreio dos transtornos de saúde mental e dos condicionantes socioambientais do desenvolvimento desses problemas.
“Supõe-se que a situação de Isolamento Social Preventivo e Obrigatório havia produzido um aumento na vulnerabilidade de crianças no pleno exercício do direito à saúde. Os efeitos nocivos do isolamento prolongado afetaram o acesso das famílias à alimentação (proporcionada na Argentina pelas escolas, lanchonetes comunitárias entre outros espaços); assim como a atividade física insuficiente afetou a saúde física (sobrepeso, distúrbios do sistema imunológico etc.), emocional (ansiedade, depressão etc.) e intelectual (falta de atenção, distúrbios do sono etc.) de crianças e adolescentes”, explica a professora Natacha Gallucci, coordenadora do grupo de pesquisa FiloMove e organizadora da ação.
Ela afirma que as informações obtidas permitiram identificar problemas específicos em saúde mental e apontar fatores de risco modificáveis. “Durante o isolamento, nesse país, as crianças foram populações que o Estado não considerou prioritárias. Com as aulas presenciais suspensas por um período muito longo -face ao que aconteceu na maioria dos países do mundo-, e com o encerramento simultâneo das atividades, assim como pelo afastamento das outras crianças colegas e amigos da escola, com acesso e permanência restritos em espaços públicos exteriores, os menores da Argentina, que não pertenciam aos grupos de risco para covid-19, ficaram isolados e negligenciados”, diz.
Ainda segundo a professora, todos esses elementos geram ansiedade, sentimento de abandono, incerteza e irrelevância. “Este trabalho fornece informações relevantes para o âmbito educativo, a clínica com infâncias e adolescências e a tomada de decisões públicas, destacando a centralidade do problema da saúde mental infantil e adolescente no contexto da pandemia e pós-pandemia”, relata.
O professor Leandro Drivet realiza estágio de Pesquisa no Grupo FiloMove do ICHCA e é bolsista de Raíces Conicet Argentina em convênio com a Red de Científicos argentinos en Brasil (RCAB).
A inscrição é gratuita e pode ser feita diretamente no link. A atividade será remota das 9h às 11h e o link de transmissão é enviado uma hora antes por e-mail aos inscritos.