Equipe médica do HU realiza cirurgia de tireoide pioneira em Alagoas
Hospital Universitário da Ufal sediou o primeiro procedimento de tireoide sem cicatriz visível no pescoço
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Aliando pesquisa e ensino durante os atendimentos, os profissionais do Hospital Universitário Professor Alberto Antunes (HU) da Ufal, que integra a rede Ebserh, estão em constante busca pelo aperfeiçoamento do serviço ofertado aos pacientes que procuram a unidade de saúde. No início deste mês, o hospital, que é referência em atendimento de média e alta complexidade, sediou a primeira cirurgia de tireoide sem cicatriz visível no pescoço do estado de Alagoas.
O caso foi de uma paciente de 49 anos com diagnóstico de câncer de tireoide. A cirurgia teve excelente resultado clínico e estético, com alta hospitalar em 24 horas após a realização da intervenção cirúrgica.
O procedimento foi realizado por meio da técnica tireoidectomia endoscópica transoral por acesso vestibular (Transoral endoscopic thyroidectomy by vestibular approach – Toetiva). "É indicada para tratamento de nódulos de tireoide, benignos ou malignos, sendo realizada com auxílio de equipamento de videocirurgia através da mucosa do lábio inferior, por onde a glândula é retirada”, explicou a médica Moana Cavalcante, cirurgiã de cabeça e pescoço do HU da Ufal. Ela foi a profissional que fez a cirurgia, com o auxílio do cirurgião Rafael de Cicco, do Instituto de Câncer Dr. Arnaldo, de São Paulo.
Quando comparada à cirurgia convencional, a médica do HU relata que o principal diferencial é a “retirada da glândula tireoide sem deixar cicatriz visível no pescoço” e que isso era “algo indisponível até bem pouco tempo”. Já em relação à segurança, eficácia e pós-operatório, os resultados são semelhantes aos do procedimento convencional.
À primeira vista, pode até parecer “pouco” o benefício da Toetiva, mas a cirurgiã destaca o impacto na vida de cada pessoa. “O benefício cosmético de ausência de cicatriz só pode ser mensurado pelo paciente. Alguns têm atividade profissional com exposição de imagem ou sentem bastante desconforto com a possibilidade de uma cicatriz exposta definitiva”, argumentou. E acrescenta: “Pacientes com histórico de cicatriz prévia hipertrófica ou queloide são bastante beneficiados. Há, inclusive, trabalhos demonstrando que áreas afetadas por cicatriz na face ou pescoço são as primeiras observadas por um interlocutor durante uma entrevista”.
A nova técnica ficará disponível aos pacientes do HU da Ufal e será escolhida conjuntamente pela equipe médica e paciente. “O HU dispõe dos equipamentos e profissionais com capacitação para executar a Toetiva. Para os pacientes com indicação do procedimento, ambas as possibilidades serão apresentadas: cirurgia convencional e Toetiva. Em decisão conjunta com a equipe cirúrgica, será realizada a melhor proposta para o paciente”, informou Moana.
No entanto, esclarece a médica, nem todos os casos poderão ser submetidos à Toetiva, pois a técnica é “contraindicada para tireoides de grandes volumes ou em caso de câncer que atingem estruturas adjacentes ou metástases no pescoço”.
Equipe
Além de Moana Cavalcante e Rafael de Cicco, cirurgiões de cabeça e pescoço, a equipe responsável pela cirurgia pioneira em Alagoas também contou com os profissionais do HU da Ufal, Jacira Patricia Monteiro (médica residente - cirurgia geral), Matheus Custódio da Silva (médico residente -cirurgia geral), Raimundo Ribeiro de Moraes (médico anestesista), Filipe Diógenes Forte Melo (médico residente - anestesista), Érika Cavalcante Gomes de Oliveira (enfermeira), Josineide Santos de Freitas (instrumentadora) e Mônica Castanha (circulante de sala).