Pesquisadora do ICBS da Ufal alerta sobre os riscos da automedicação
Nesta quinta, 5 de maio, é Dia Nacional do uso Racional de Medicamentos
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Desde 1998, estudantes e profissionais têm como referência a data de 5 de maio para lembrar à sociedade sobre a importância da orientação farmacêutica no uso dos medicamentos. Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF), por meio do Instituto Datafolha, que foi divulgada em 2019, constatou que a automedicação é um hábito comum a 77% dos brasileiros.
Em mais uma passagem do Dia Nacional do uso Racional de Medicamentos, a professora Eliane Campesatto, do Instituto de Ciências Biológicas e da Saúde (ICBS), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), alerta para os riscos de intoxicação por medicamentos. “É um risco não só para adultos, mas também para crianças. Os medicamentos infantis muitas vezes têm sabor e cheiro agradáveis e não podem ser colocados em lugares acessíveis para as crianças, evitando ingestão acidental”, alertou a pesquisadora.
Durante o período mais crítico da pandemia da covid-19, a professora Eliane Campesatto concedeu várias entrevistas para orientar as pessoas sobre os riscos da automedicação, principalmente de fármacos como Cloroquina e Ivermectina, que estavam sendo usados sem comprovação científica para combater o coronavírus. “As pessoas procuram alívio rápido, mas tem que pensar nos riscos a que estão se expondo. Nenhum medicamento deve ser utilizado sem prescrição e acompanhamento médico. Existe sempre a possibilidade de dependência química, intoxicação e até mesmo a morte”, alertou.
A farmacologista destaca ainda outros dados revelando a gravidade do tema, que deve ser tratado por toda a sociedade. “São números que indicam o alto índice de uso indiscriminado de medicamentos, representando 27% das intoxicações em crianças abaixo de 10 anos. Na população em geral, são 20 mil casos por ano no Brasil. A quantidade de medicamentos sem prescrição tem efeitos graves, como o fato de que mais de 40% das doenças infecciosas se tornaram resistentes aos remédios”, alerta Eliane.
Em 2015, o Ministério da Saúde lançou uma cartilha orientando sobre o uso racional de medicamentos. O texto ressalta que só um profissional de Saúde habilitado pode recomendar medicação de forma correta e que isso vale também para os fitoterápicos. São dicas como não utilizar medicamentos por conta própria ou sem indicação de um profissional de saúde e perguntar ao médico o que pode acontecer se o paciente consumir o remédio receitado junto com outros medicamentos ou até mesmo com alimentos e bebidas alcoólicas. Consulte a cartilha aqui