Mesmo com bloqueio, Ufal manterá bolsas, terceirizados e investimento em TI
Gestão define prioridades para manter universidade funcionando; mesmo com o anúncio da redução do percentual do bloqueio do orçamento pelo Ministério da Economia, que, agora, é de 7,2%, as contas não vão fechar
- Atualizado em
Reunido com sua equipe na última sexta-feira (3), o reitor da Universidade Federal de Alagoas, Josealdo Tonholo, definiu como prioridade, diante do bloqueio do orçamento, o investimento em tecnologia da informação (TI) e o pagamento de bolsas e a terceirizados, essenciais para manutenção da instituição. Após o bloqueio das despesas primárias discricionárias feito pelo Ministério da Economia, no final de maio, a gestão teve de definir o que seria prioridade absoluta, mesmo havendo redução no percentual de contingenciamento que antes era de 14,5% e, agora, baixou para 7,2% do total dessas despesas.
Tonholo explica que, se não for mantido o investimento em compra de equipamentos, a Ufal pode parar de funcionar. “Temos de manter nossa programação de investimento em TI porque, senão, a Universidade para. Isso é fato! Sem internet e sem sistemas funcionando, a Ufal para. Em relação ao restante das demandas, nós vamos ter de ‘brigar’ e tentar sensibilizar o governo para recuperar o montante que está sendo bloqueado. Não temos mais de onde tirar”, justificou.
E completa: “Vamos fazer um sobre-esforço para manter os nossos contratos continuados, que abarcam nossos terceirizados, garantir as bolsas dos nossos estudantes e a manutenção da Universidade. E, mesmo assim, corremos o risco do nosso orçamento não ser suficiente para acabar o ano. Todas as outras áreas terão demandas bloqueadas.”
O reitor revela, ainda, que todas as obras entraram para o plano B. “Os recursos que nós tínhamos de capital foram canalizados para atender às demandas de TI. Por outro lado, vamos monitorar todas as demais atividades impactadas com o bloqueio e vamos acelerar o monitoramento de contratos para nos adequar a essa nova realidade. Corremos sério risco do nosso orçamento não dar para encerrar o ano, sem pendências. É uma situação muito difícil, porque não há cobertor suficiente para cobrir todas as áreas. É lamentável a forma como a educação é tratada neste país!”, desabafou Tonholo.
Redução do bloqueio
Na noite da mesma sexta-feira (3), a gestão recebeu comunicado do Ministério da Educação (MEC), informando que o Ministério da Economia havia emitido novas instruções contidas no Ofício SEI Nº 167870/2022/ME e que as determinações constantes no Ofício SEI Nº 157371/2022/ME, de 25 de maio, foram tornadas sem efeito. Isso significa que “resta ao MEC, no momento, a necessidade de indicação de bloqueio nas despesas primárias discricionárias classificadas com indicador de Resultado Primário 2 (RP 2) o valor de R$ 1,6 bilhão, o que corresponde a 7,2% do total dessas despesas, ainda passíveis de cancelamento para o atendimento de despesas primárias consideradas inadiáveis. Dessa forma, efetuaremos a redução do valor bloqueado em suas unidades na data de hoje [3 de junho].”, apontou o documento.